Monthly Archives: março 2014

Aquecimento Global: Grave e irreversível

O impacto do aquecimento global será “grave, abrangente e irreversível”, segundo um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira (31).

2005: Moradores aguardam resgate em cima do telhado de casa em Nova Orleans, nos Estados Unidos, após passagem do furacão Katrina

2005: Moradores aguardam resgate em cima do telhado de casa em Nova Orleans, nos Estados Unidos, após passagem do furacão Katrina

Autoridades e cientistas reunidos no Japão afirmam que o documento é a avaliação mais completa já feita sobre o impacto das mudanças climáticas no planeta.

Integrantes do IPCC dizem que até agora os efeitos do aquecimento são sentidos de forma mais acentuada pela natureza, mas que haverá um impacto cada vez maior sobre a humanidade.

Mudanças climáticas vão afetar a saúde, as moradias, a alimentação e a segurança da população no planeta, segundo o relatório.

O teor do documento foi alvo de intensas negociações em reuniões realizadas em Yokohama. Este é o segundo de uma série de relatórios do IPCC previstos para este ano.

O texto afirma que a quantidade de provas científicas do impacto do aquecimento global dobrou desde o último relatório, lançado em 2007.

“Ninguém neste planeta ficará imune aos impactos das mudanças climáticas”, disse o diretor do IPCC, Rajendra Pachauri, a jornalistas nesta segunda-feira.

O secretário-geral da Associação Mundial de Meteorologia, Michel Jarraud, disse que se no passado as pessoas estavam destruindo o planeta por ignorância, agora já não existe mais esta “desculpa”.

Enchentes e calor

2010: Moradores de São Luiz do Paraitinga, no interior de São Paulo, limpam as ruas centrais da cidade histórica após chuvas devastarem no começo do ano

2010: Moradores de São Luiz do Paraitinga, no interior de São Paulo, limpam as ruas centrais da cidade histórica após chuvas devastarem no começo do ano

O relatório foi baseado em mais de 12 mil estudos publicados em revistas científicas. Jarraud disse que o texto é “a mais sólida evidência que se pode ter em qualquer disciplina científica”.

Nos próximos 20 a 30 anos, sistemas como o mar do Ártico estão ameaçados pelo aumento da temperatura em 2ºC. O ecossistema dos corais também pode ser prejudicado pela acidificação dos oceanos.

Na terra, animais, plantas e outras espécies vão começar a “se deslocar” para pontos mais altos, ou em direção aos polos.

Um ponto específico levantado pelo relatório é a insegurança alimentar. Algumas previsões indicam perdas de mais de 25% nas colheitas de milho, arroz e trigo até 2050.

Enquanto isso, a demanda por alimentos vai continuar aumentando com o crescimento da população, que pode atingir nove bilhões de pessoas até 2050.

“Na medida em que avançamos [as previsões] no futuro, os riscos só aumentam, e isso acontecerá com as pessoas, com as colheitas e com a disponibilidade de água”, disse Neil Adger, da universidade britânica de Exeter – outro cientista que assina o relatório.

Enchentes e ondas de calor estarão entre os principais fatores causadores de mortes de pessoas. Trabalhadores que atuam ao ar livre – como operários da construção civil e fazendeiros – estarão entre os que mais sofrerão. Há também riscos de grandes movimentos migratórios relacionados ao clima, além de conflitos armados.

Quem paga?

Em lugares como a África, as pessoas estarão particularmente vulneráveis. Muitos que deixaram a pobreza nos últimos anos podem voltar a ter condições de vida miseráveis.

Mas o professor Saleemul Huq, outro coautor do relatório, disse que os países ricos não estarão imunes.

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“Os ricos terão que se preparar para as mudanças climáticas. Estamos vendo isso agora na Grã-Bretanha, com as enchentes de poucos meses atrás, as tempestades nos Estados Unidos e a seca no Estado da Califórnia”, disse Huq.

“Estes eventos são multibilionários, que precisam ser pagos pelos ricos, e existe um limite no que eles podem pagar.”

Outro coautor, Chris Field, apontou que existem alguns lados positivos do relatório. Segundo ele, o mundo tem condições de administrar os riscos previstos no documento.

“Aquecimento global é algo muito importante, mas nós temos muitas ferramentas para lidar de forma eficiente com isso. Só é preciso lidar de forma inteligente com isso”, diz Field.

Mas um dos problemas que ainda não tem resposta é: quem pagará a conta?

“Não cabe ao IPCC definir isso”, disse José Marengo, cientista brasileiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que participou das negociações em Yokohama.

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“O relatório fornece a base científica para dizer que aqui está a conta, alguém precisa pagar, e com essas bases científicas é relativamente mais fácil ir às negociações da UNFCCC [Convenção Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas] e começar a costurar acordos sobre quem pagará pela adaptação [do planeta].”

Fonte: Uol Notícias

Criadora do “Eu não mereço ser estuprada” recebe ameaças de estupro

Criadora do “Eu não mereço ser estuprada” recebe ameaças

rape

A jornalista e escritora Nana Queiroz (28) é a responsável pela campanha “Eu não mereço ser estuprada”, que inundou as redes sociais nesta sexta, como uma resposta aos resultados de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Ele revelou que 65,1% da população concorda total ou parcialmente que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas” e 58,5% concordam total ou parcialmente que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”.

A campanha pediu que mulheres fotografassem a si mesmas, da cintura para cima, nuas ou não, reafirmando – com cartazes ou escrito em seu próprio corpo – que não merecem serem estupradas e circulassem as imagens pelas redes sociais com hashtags como #EuNãoMereçoSerEstuprada.

Pedi para Nana um texto sobre os resultados até agora. Se por um lado, há um engajamento crescente e uma vontade de muita gente de não mais aguentar em silêncio, de outro a constatação de que quando se tenta mudar essa realidade, o contra-ataque machista – vindo de homens e mulheres – é aterrador.

Verdadeiras e falsas coragens, por Nana Queiroz

Acordei de uma noite mal dormida e perturbada. Adormeci ao som das notificações de meu Facebook e acordei com elas. Desde que começou o protesto online “Eu Não Mereço Ser Estuprada”, nesta sexta, às 20h, recebi incontáveis ofensas. Homens me escreveram dizendo que me estuprariam se me encontrassem na rua, outros, que eu “preciso mesmo é de um negão de 50 cm” ou “uma bela louça para lavar”. Se ainda duvidava um pouco da verdade por trás da pesquisa do Ipea, segundo a qual 65% dos brasileiros acreditam que mulheres que mostram o corpo merecem ser atacadas, hoje acredito nela totalmente. Senti na pele a fúria revelada pela pesquisa.

Em algum momento hoje, depois que conseguir descansar um pouco, vou à Delegacia da Mulher denunciar as ameaças. Pior: vou delatar um sujeito, Cirilo Pinto, que não só confessou publicamente já ter cometido um estupro, mas afirmou que o faria novamente. Está aí o print screen da página dele, para quem duvidar. Espero que ele seja, ao menos, detido por incitar o estupro.

Centenas de perfis falsos foram criados e nosso evento bombardeado com frases machistas, pesquisas preconceituosas e montagens com fotos do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) com dizeres ofensivos. Uma imagem dele ilustrou até um evento criado para promover um estupro coletivo. Caro deputado, pense: o senhor se tornou o ídolo de pessoas que defendem o estupro. Não será a hora de pôr a mão na consciência ou no coração?

Por outro lado, estou emocionada com o tamanho que a manifestação ganhou, não só pelo número de adesões, mas pela qualidade das postagens. Um resultado inesperado me comoveu ainda mais: Dezenas e dezenas de homens e mulheres contaram publicamente, muitos pela primeira vez, seus casos de estupro. Quanta coragem!

Alguns me escreveram privadamente para desabafar. Outros publicaram para milhares. Daiara Figueroa, creio eu, fez um dos relatos mais tocantes, contando como superou o trauma do abuso. Em sua foto, vestiu com orgulho um cocar, em homenagem a seu povo indígena.

Quero falar aqui, principalmente, a essas pessoas: vamos exorcizar isso juntos. Vocês nos inspiram, nos movem e comovem. Que o mundo tenha mais pessoas com a coragem legítima de Daiara e menos com a falsa coragem de Cirilo.

Fonte: Blog do Sakamoto e Blog Pimenta com Limão

Hey ya! Outkast

“Hey Ya!” (“Ei, Você!“) é uma canção composta e produzida por André 3000 para seu álbum de 2003, The Love Below, parte do álbum duplo do OutKast, Speakerboxxx/The Love Below. A canção tem influências de funk e rock. Um videoclipe foi produzido com André 3000 junto com oito versões diferentes dele mesmo, tocando em comparação com os Beatles por imitar a performance deles de 1964 em The Ed Sullivan Show.

Junto com “The Way You Move”, gravada pelo outro membro do OutKast, Big Boi, “Hey Ya!” foi lançada pela LaFace Records em Setembro de 2003 como um dos dois singles líderes do álbum. Ele se tornou um sucesso comercial, alcançando o top 5 da maioria das paradas em que entrou, além de chegar ao topo da Parada de Singles ARIA, Billboard Hot 100, entre outros. A canção popularizou a frase “shake it like a Polaroid picture” (“balance como uma foto de Polaroid“) na cultura popular, e a Polaroid Corporation usou a canção para revitalizar a percepção do público com seus produtos.

Fontes: Wikipédia e Youtube

“Bloco na rua” contra a ditadura

“Eu quero é botar meu bloco na rua” – Em 1972, o capixaba Sérgio Sampaio canta “Eu quero é botar meu bloco na rua”. Lançada após o AI-5, que proibia manifestações políticas e reuniões em grupo, a canção se torna uma forma de reivindicar o direito a se manifestar. “Há quem diga que eu dormi de touca/ Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga/ Que eu caí do galho e que não vi saída/ Que eu morri de medo quando o pau quebrou”.

Fonte: Uol Notícias e Youtube

A ditadura by USA

ditadura

Em 1967, o ex-governador do antigo Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, um dos principais adversários do presidente deposto João Goulart, deu entrevista no programa de TV norte-americano Firing Line, apresentado pelo jornalista William F. Buckley Jr. Em determinado momento da entrevista, um homem que estava sentado na plateia pergunta se houve interferência do governo norte-americano na “revolução” de 1964. O espectador conta no vídeo que estava em um contratorpedeiro americano nos dias do levante militar que seguia em direção ao Brasil, mas retornou quando o êxito do golpe foi anunciado. Lacerda negou a participação dos Estados Unidos, citando um estudo feito por um professor dos Estados Unidos sobre o assunto. O caso seria desmentido nove anos depois da entrevista, quando os detalhes da Operação Brother Sam foram divulgados em reportagem feita por Marcos Sá Correa para o Jornal do Brasil. O vídeo está disponível no Youtube e consta no acervo “Arquivos da Ditadura”, que concentra documentos do período da ditadura militar. ditadura2 Um telegrama enviado em 30 de março de 1964 pelo consulado norte-americano em São Paulo a Washington, sede do governo dos EUA, previa a derrubada do presidente João Goulart pelos militares em até 48 horas, fato que veio a se confirmar. “Duas fontes ativas do movimento contra Goulart dizem que o golpe contra o governo do Brasil deverá vir nas próximas 48 horas”, informava o texto. O documento faz parte do acervo “Arquivos da Ditadura”, que concentra documentos do período da ditadura militar. ditadura3

O embaixador dos Estados Unidos no Brasil Lincoln Gordon enviou um telegrama em agosto de 1963 ao secretário de Estado norte-americano alertando o governo sobre a radicalização das medidas de João Goulart. “Se Deus realmente é brasileiro, Goulart terá uma recaída do problema cardíaco que sofreu em 1962”, diz o texto. O documento faz parte do acervo “Arquivos da Ditadura”, que concentra documentos do período da ditadura militar.

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Algumas publicações estrangeiras, frutos de mobilização internacional, abordavam os casos de torturas e outras atrocidades cometidas durante a ditadura militar no Brasil. Na foto, exemplares produzidos no Chile, nos Estados Unidos e na Itália. Eles fazem parte do acervo “Arquivos da Ditadura”, que concentra documentos do período da ditadura militar.

Fonte: Uol Notícias