Monthly Archives: julho 2015

Alzheimer

Alzheimer

Chove lá fora, solidão aqui dentro

Eu me sinto confuso, há muito tempo.

Não sei quem eu sou, lembranças estão voltando

Onde está o meu filho, eu não o vejo.

Quem é você, onde você mora

É muito longe, qual o seu nome.

As plantas estão morrendo, o sol não está nascendo

Me sinto tão triste, lágrimas caem.

Eu agora me lembro, você é o meu filho

Eu estou confuso, eu me sinto partindo.

 

Rush – Tom Sawyer ( Live in Dallas)

Rush – Tom Sawyer ( Live in Dallas)

Fonte: Youtube

Animação ‘Miss Todd’ conta história da pioneira da aviação

Animação ‘Miss Todd’ conta história da pioneira da aviação

Quando o assunto é história da aviação, sempre ouvimos falar dos irmãos Wright e do brasileiro Santos Dumont, responsáveis pelo primeiro voo controlado com uma máquina e pelo primeiro voo oficialmente documentado em um avião, respectivamente. No entanto, pouco se fala sobre E. Lilian Todd, a primeira mulher a projetar um avião.

Neta de um mecânico, a americana foi uma inventora autodidata que não teve seu talento reconhecido pelo meio acadêmico. Foi recusada no curso de aeronáutica em diferentes universidades, conseguindo construir seu primeiro avião graças ao patrocínio de uma chamada Olivia Sage.

Ainda enfrentando os desafios impostos às mulheres no início do século XX, Todd teve a licença para pilotar negada e não pôde pilotar sua própria máquina voadora em 1909. Essa história de pioneirismo, talento e luta é recontada de forma lúdica e surpreendente pelo curta de animação premiado “Miss Todd”, lançado em 2013 e disponibilizado recentemente na web. Assista a seguir:

Making of da produção (em inglês) a seguir:

Grátis: Livros para estimular a imaginação de quem curte arte, design e fotografia

Fontes: Catraca Livre e Vimeo

Rush finalmente na Rolling Stone

Rush finalmente na Rolling Stone

RushRollingStone

E o Rush chegou lá. Uma biografia rumo à quinta década de existência com a mesmíssima formação, que forjou uma discografia invejável sob vários aspectos com um som autoral e ímpar: o trio canadense ganhou sua primeiríssima capa da revista “Rolling Stone” em pleno 2015. O feito é menor se posto em retrospecto à carreira da banda, mas funciona como ilustração perfeita tanto para dois descompassos – o do showbusiness com o Rush e o dos antigos poderes da indústria da música com a música produzida atualmente.

O Rush é o Spinal Tap da vida real – só que diferente do grupo fictício criado no pseudocumentário This is Spinal Tap (1984), de Rob Reiner, o trio canadense deu certo. Não no sentido esperado de “certo”, aquele momento em que todas as qualidades esperadas de um artista convergem para sucessos incontestáveis e unânimes. Mas o grupo conseguiu sair de seu país, ganhar o maior mercado do planeta sem entrar na briga de egos do mundo do entretenimento, criou uma base sólida e fanática de ouvintes e apreciadores, lançou discos clássicos até para quem não gosta da banda e sobreviveu do próprio trabalho sem precisar fazer concessões, adaptar-se a modismos ou virar celebridades.

Afinal Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart são o avesso de celebridade: nerds musicais que piram em minúcias que vão despertar a curiosidade e o encanto de tantos outros nerds musicais. Gostam de contar histórias de ficção científica, de solos de guitarra que se misturam com teclados enquanto a bateria exibe-se quase no limite de invadir o primeiro plano e de capas de discos surrealistas. Tudo isso seria bem diferente se seu vocalista tivesse uma voz invejável ou tivesse ares de galã, mas a feiúra e a voz esganiçada de Geddy Lee – indistinguíveis do próprio Rush, parte da essência de seu DNA musical – deixaram sempre o Rush num universo paralelo seu. O que nos leva a questionamentos vagos sobre, por exemplo, o que aconteceria com o Led Zeppelin se Robert Plant não fosse um virtuose vocal, o estereótipo do “deus do rock” (como ilustrado no filme Quase Famosos) e dependesse apenas de seu carisma no palco ou o que aconteceria com o Rush se Geddy Lee fosse bonito e tivesse um timbre olímpico. Talvez o Led virasse o Black Sabbath e o Rush virasse o Queen, mas divago.

O Rush nasceu em 1968 e teve outro baterista, John Rutsey, em sua primeira encarnação, até lançar, em 1974, um disco homônimo que ficava naquele limite entre o hard rock e heavy metal que era tão popular na época e cujo lançamento é o único ponto fora da curva de toda sua discografia. Com a entrada de Neil Peart, que logo assumiu o papel de letrista da banda, o grupo começou a engatar um som mais autoral e abria um flanco para outro gênero musical em voga na época – o rock progressivo. Com esse novo direcionamento musical, o baixista Lee começou a explorar texturas musicais nos teclados e passou a usá-los nos shows, usando pedais para conseguir tocar os dois instrumentos ao mesmo tempo. Fly by Night, de 1975, apresentou a banda com sua nova formação e deu início à fase clássica da banda, que depois compôs discos como a ópera-rock scifi 2112 (1976), o épico A Farewell to Kings (1977), o futurista Permanent Waves (1980) e seu maior clássico, Moving Pictures (1981), que traz hinos da banda como “Tom Sawyer” (que o público brasileiro lembra-se por causa da abertura do seriado de McGyver, Profissão Perigo), “YYZ”, “The Camera Eye”, “Limelight”e “Red Barchetta”. Ao mesmo tempo estabeleceu um parâmetro curioso de exigência própria: a cada quatro discos lançava um disco ao vivo que fechava uma fase e obrigava o grupo a ir para a próxima em busca de novas sonoridades e novos desafios artísticos.

Como bons nerds musicais, os três integrantes do Rush queriam apenas fazer o que gostavam em vez de circular pelo jet set da época ou acompanhar as novas tendências da moda. Assim, compuseram obras épicas e gravaram discos opulentos que fundiam hard rock e rock progressivo na época em que estes dois gêneros começavam a sair do holofote, com o advento do punk, da disco music, do hip hop e da new wave, que fecharam os anos 70 enquanto preparavam o pop da década seguinte. E gravaram discos hoje considerados clássicos não foram recebidos com a festa que poderiam ter recebido se fossem lançados anos antes. E assim foram cavando sua própria trincheira, longe do nascimento da MTV e das capas da revista Rolling Stone da época – que preocupava-se mais com a maturidade dos artistas que surgiram junto com a revista nos anos 60, com bandas de rock “adulto” como Eagles e Doobie Brothers, com uma nova safra de atores de Hollywood, comediantes e artistas como Village People, Bee Gees e Cars.

E agora que a revista vende cada vez menos, dobra-se à importância do grupo numa tentativa de conseguir recuperar o tempo perdido e ser comprada pelo séquito de fãs da banda, que é cada vez maior (diferente dos leitores da revista, que só diminui). Para a banda, a capa 40 anos depois é motivo para brincar: “Atenção todos os planetas da Federação Solar”, escreveram em seu site, brincando com o imaginário da ópera rock que lançaram em 1976, “Rush finalmente chegou à capa da Rolling Stone – e aconteceu bem antes do ano 2112.” E assim o trio canadense pode rir por último.

Fonte: Blog do Matias

Deep Purple em Dose Dupla

Deep Purple em Dose Dupla

Perfect strangers

Knocking at your back door