Monthly Archives: setembro 2015

Brasileiros têm de entender que estudar não é chato; chato é ser burro

Brasileiros têm de entender que estudar não é chato; chato é ser burro

Pedro Bandeira

A história da educação no Brasil é um acúmulo de omissões e até mesmo de ações propositais que resultaram numa situação de extrema desigualdade social, com um analfabetismo ou um analfabetismo funcional endêmicos, um vergonhoso estado geral de ignorância e de desprezo pelo conhecimento.

Para quem analisar nossa história, fica claro que a proibição do voto aos analfabetos sempre foi intencional, pois o governante somente tinha de prestar satisfações a uma minoria privilegiada, da qual esse mesmo governante provinha. Como a maioria era analfabeta, e não tinha voz nem voto, o governante só poderia ser alijado do poder pela ínfima minoria para quem governava, e podia desprezar solenemente as necessidades da imensa maioria dos brasileiros, aumentando assim, ano a ano, século a século, o abismo social que nos define.

A exclusão brasileira foi criada propositalmente pela reserva do acesso à educação somente a uma parcela dos brasileiros, porque só há uma riqueza a distribuir, e essa riqueza é o acesso a uma educação de qualidade.

Felizmente, depois de três séculos de domínio e de espoliação colonial, mais quase outros dois séculos de manutenção do mesmo estado de exclusão, primeiro imperial, depois de republiquetas e/ou de ditaduras em que a reserva da educação para poucos continuava a ser usada com fator de “proteção” da elite, o Brasil vem tentando construir um estado democrático há cerca de trinta anos.

Pela primeira vez em nossa história, o voto foi estendido a todos os brasileiros, e o direito à escolarização tornou-se universal, com a oferta de vagas no ensino fundamental a todas as nossas crianças. Agora, em pleno século 21, consolidar essa democracia afinal conquistada é um trabalho hercúleo, uma obrigação de todos os brasileiros. Sabemos que, mais que nunca, o passaporte para um futuro feliz e realizado é o acesso a uma educação de qualidade.

Agora, finalmente, conseguimos oferecer vagas na escola pública para cada criança, mas essa cultura do atraso faz com que os despossuídos encarem a frequência escolar não como um direito libertador, mas como uma obrigação. Tantos séculos de atraso acabaram por fazer com que a maioria de nós, os despossuídos da história, sequer tenhamos ganas de reivindicar nosso direito à educação.

Muitas famílias enviam seus filhos à escola de má vontade, alguns somente para cumprir as exigências das bolsas-família, e as próprias crianças festejam quando algum professor falta à aula e elas podem ficar brincando à vontade no recreio. Séculos de exclusão não criaram um anseio por este direito por parte dos próprios excluídos!

A maioria dos pais dessas crianças está disposta a fazer sacrifícios para comprar um tênis de grife para seu filho, mas protesta quando tem de gastar qualquer quantia para comprar-lhe um livrinho sequer. Isso significa que a família brasileira acha mais importante investir no pé do que na cabeça do seu próprio filho…

Como reverter esse quadro? Como incutir na consciência das famílias que a felicidade e a riqueza só podem ser conquistadas pelo conhecimento, pelo acesso à ciência, à tecnologia? Como poderemos obrigar o brasileiro a ser feliz?

Acredito que obrigar é impossível. Enquanto tentarmos enfiar o conhecimento goela abaixo de nossas crianças como um purgante, utilizando as punições, as suspensões e as reprovações como instrumentos de persuasão, só teremos fracassos pela frente.

Nossa escola tem de ser fascinante, atraente, cheirosa, utilizando como fator de atração a literatura infantil e juvenil hoje produzida por centenas de ótimos autores, para que os sonhos e a alegria desses livros possam fazer com que os alunos anseiem por estar na escola, não comemorem os feriados. Não basta que tenhamos criado vagas para todo mundo. É preciso que a porta da sala de aula seja o pórtico da felicidade.

Os brasileiros têm de compreender que estudar não é chato; chato é ser burro!

Uma poesia para ilustrar…

QUEM SÃO OS VERDADEIROS HERÓIS?

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Brasil precisa colocar 37 milhões no ensino superior até 2024

O sonho do diploma – Qual é o futuro do ensino superior no Brasil?

Marcelle Souza

Brasil precisa colocar 37 milhões no ensino superior até 2024

EnsinoSuperior

A contagem regressiva começou em junho do ano passado, quando entrou em vigor o PNE (Plano Nacional da Educação), lei que estabelece metas para diferentes etapas de ensino no Brasil até 2024. O número de matrículas é o parâmetro mais concreto quando se trata dos planos futuros para a educação no país. De acordo com a meta 12 do PNE, que trata do ensino superior, o país precisa aumentar a taxa bruta (nº de matrículas sobre a população de 18 a 24 anos) para 50% e a líquida (nº de matrículas de jovens entre 18 e 24 anos sobre a população de 18 a 24 anos), para 33% — atualmente os números são de 31,4% e 15,5%, respectivamente. A pedido do UOL, a consultoria Hoper fez as contas: seria preciso colocar mais de 37 milhões de alunos na universidade em dez anos. Isso significa que devem entrar na graduação uma média de 3,4 milhões de alunos por ano para atingir os índices propostos pela lei, entre 2014 e 2024. A título de comparação, em 2013 houve 2,7 milhões de ingressantes. A meta é considerada ousada por alguns especialistas e, na prática, só será cumprida se ocorrer um novo salto, parecido ao que já foi dado entre 2003 e 2013, quando o número de ingressantes na graduação passou de 1.554.664 para 2.742.950. O problema é que naquela época o Fies e as universidades públicas estavam em expansão, e o cenário não era de crise como hoje.

Fonte: Uol Educação

A bandeira palestina é hasteada pela primeira vez em frente às Nações Unidas

A bandeira palestina nas Nações Unidas, em Nova Iorque

Palestina

A bandeira palestina é hasteada pela primeira vez em frente às Nações Unidas, em Nova York.

O símbolo nacional foi estendido pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas,
durante Assembleia Geral da ONU. Resolução aprovada recentemente pela entidade permitiu que as bandeiras palestinas e do Vaticano, considerados países observadores, fossem hasteadas.

Andrew Kelly/Reuters

Fonte: Uol Notícias

Arnaldo Baptista retorna aos palcos paulistanos

Arnaldo Baptista retorna aos palcos paulistanos e faz convite exclusivo

Arnaldo Baptista está de volta ao Sesc Belenzinho após 4 anos sem pisar nesse palco. O cantor se apresenta nos dias 2, 3 e 4 de outubro para a alegria da sua crescente legião de fãs. O ex-líder dos Mutantes também gravou um vídeo exclusivo para o UOL Música Deezer convidando todos para os shows.

Com vídeo-cenário projetando os trabalhos como artista plástico, Arnaldo afirma se sentir bem com esse novo design. “Estou experimentando e gostando desse formato – toco meu pianinho e canto. Posso fazer uma coisa mais íntima e poética, com muito improviso. Assim, a curtição fica mais longa”.

Clique aqui para ouvir “Loki?”

Para o repertório deste concerto, que já recebeu o nome de “Sarau O Benedito”, Arnaldo selecionou clássicos como Cê Tá Pensando Que Eu Sou Loki?, Não Estou nem Aí, Jesus Come Back to Earth e Balada do Louco. O show traz ainda as inéditas do novo álbum, “Esphera, como I Don’t Care e Walking in the Sky. Um set list de dezenas de canções, que ele vai escolhendo na hora, de acordo com a intuição e a reação da plateia.

ArnaldoBaptistaOuça o disco “Singin’ Alone” 

Arnaldo Baptista é um dos nomes mais influentes e originais do rock’n’pop brasileiros. Conhecido primeiro como líder de Os Mutantes, entre 1966 e 1973, partiu em carreira solo, gravando seis álbuns de 1974 a 2004, entre eles, os antológicos “Loki?” e “Singin’ Alone”.

A sensibilidade, poesia e arte vanguardistas de Arnaldo Baptista o levaram para além da música e, entre outras conquistas, se notabilizou, a partir de 2010, como artista plástico pelas mãos da Galeria Emma Thomas, somando já duas exposições individuais em seu portfólio.

ARNALDO BAPTISTA IN CONCERT

02, 03 e 04/10/2015 (Sexta e sábado, às 21h ; Domingo, às 18h)

Local: Sesc Belenzinho (Endereço: Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho, São Paulo -SP)
Telefone: (11) 2076-9700
www.sescsp.org.br/belenzinho

Teatro (392 lugares – acesso para pessoas com deficiência)
Duração: 1h00
Preço: R$ 30,00 (inteira); R$ 15,00 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante); R$ 9,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes [Credencial Plena]).
Não recomendado para menores de 12 anos.
Ingressos à venda pelo Portal Sesc SP (www.sescsp.org.br), a partir de 22/09/2015, às 15h30, e nas unidades, a partir de 23/09/2015, às 17h30.

Estacionamento: para espetáculos com venda de ingressos:
R$ 6,00 (não matriculado); R$ 3,00 (matriculado no SESC – trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo/ usuário).

Fonte: Uol Música

‘Meus Lados B’ explora repertório menos conhecido de Erasmo Carlos

‘Meus Lados B’ explora repertório menos conhecido de Erasmo Carlos

LUIZ FERNANDO VIANNA

Artista participa do Rock in Rio em show com Ultraje a Rigor e está escrevendo um livro de poemas

Há mais coisas entre o rock e a balada romântica do que supõem muitos fãs de Erasmo Carlos. Por seus mais de 50 anos de carreira e 74 de vida passaram o samba, o baião e letras com toques sociais e existenciais.

É o que mostra “Meus Lados B”, DVD (com CD na mesma caixa) que reúne itens menos conhecidos do seu repertório. Foi gravado no Tom Jazz em janeiro e terá shows neste sábado (19) e domingo (20) no Sesc Pinheiros.

No encarte, ele escreve que nunca foi tão feliz no palco: “Essas músicas representam muito para mim. Estou revivendo a emoção de cantá-las. Como não tocaram no rádio, muita gente não conhece”.

Algumas até fizeram sucesso, mas não costumam entrar em shows por não serem rock, caso do samba “De Noite na Cama”, que Caetano compôs para ele quando estava exilado em Londres, em 1971.

“O samba foi importantíssimo na minha vida. Fui criado na Tijuca [Zona Norte do Rio], saía em bloco de Carnaval tocando surdo. Depois veio a bossa nova, eu adorei, mas não tive acesso ao pessoal, não recebi incentivo. Meus incentivos foram todos no rock, que surgiu na mesma época”, conta.

Ele lembra já ter gravado até “Aquarela do Brasil”, mas só fez sucesso no samba com “Coqueiro Verde”, em 1970. Voltaria a fazer, em grau menor, com “Cachaça Mecânica” em 1973. Sobre a música, que está em “Meus Lados B”, recaiu a suspeita de ser plágio de “Construção”, o que Chico Buarque negou.

Em “Mané João” (1972) o que transparece é a influência da tradição nordestina. “Ouvi muito Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Meu maestro, José Lourenço, me disse outro dia que minhas frases melódicas são de baião, não de música americana.”

As fusões entre gêneros musicais são um aspecto da obra de Erasmo que, se é menos conhecido pelo público, é muito admirado pelos artistas mais jovens, como Marcelo Camelo e Marcelo Jeneci.

“Isso é bonito, me deixa muito honrado. E olha que, quando eu surgi na música, tinha gente que me dava só três meses de vida”, diz.

A longevidade permite a ele agora cantar em público, enfim, “Maria Joana”, reverência à maconha que a Censura proibiu, em 1971, que se tocasse no rádio.

E Erasmo ainda mostra canções feitas para ele, como “Queremos Saber” (por Gilberto Gil) e “Dois Animais na Selva Suja da Rua” (por Taiguara). “Paralelas” também lhe foi entregue para lançar, mas Belchior, num gesto eticamente discutível, resolveu dar também para Vanusa, a quem coube fazer sucesso.

“São coisas da vida”, desconversa Erasmo, que gravou o DVD apenas oito meses após seu filho Alexandre morrer em função de um acidente de moto. “Faria com ele ou sem ele. Sou um cara muito determinado nos sonhos.”

Sempre se renovando, ele está escrevendo um livro de poemas e cuida pessoalmente (com “ajudinha” de sua equipe) de suas contas em Facebook, Twitter e Instagram.

No Rock in Rio, no próximo sábado (26), Erasmo dividirá com o Ultraje a Rigor o palco Sunset. Ele esteve no primeiro festival, em 1985.

“Foi quando eu descobri que havia as tribos e que os metaleiros, por exemplo, não gostavam dos outros rocks. Eles acreditavam piamente que o Ozzy Osbourne comia morcego no palco”, diz o cantor, que se orgulha de ter encontrado uma linha brasileira de rock. “Mas o tapete vermelho aqui é sempre para os estrangeiros. Quando estão recolhendo o tapete, chega o rock brasileiro.”

MEUS LADOS B

ARTISTA Erasmo Carlos
GRAVADORA Coqueiro Verde
QUANTO R$ 29,90
SHOWS sáb., às 21h, e dom., às 18h, no Sesc Pinheiros, r. Paes Leme, 195, tel. (11) 3095-9400; R$ 15 a R$ 50

LUIZ FERNANDO VIANNA é autor de “Aldir Blanc – Resposta ao Tempo” (Casa da Palavra)

Fonte: Ilustrada/Folha de São Paulo