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A insistência na contrarreforma da Previdência e o jogo da desinformação

A insistência na contrarreforma da Previdência e o jogo da desinformação

 Guilherme C. Delgado – 12/12/2017

Final de ano é tempo de Natal e Ano Novo, que na nossa tradição cultural, religiosa ou agnóstica, reserva momentos de confraternização e festa. Mas a insistência oficial no seu Projeto de Reforma da Previdência (PEC 87/2016), neste tempo, por ostensiva pressão do ídolo – “os mercados” – obriga-nos a voltar ao tema; ainda mais agora quando amigos do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), à frente o Frei Sergio Goergen, praticam já o sétimo dia de greve de fome, iniciada em 4 de dezembro, no recinto do Congresso Nacional, sob omissão informativa da mídia corporativa.

Tratar deste tema nas condições atuais requer um mínimo de informação situacional nos doze meses de tramitação da PEC 287/2016: um jogo que se iniciou em dezembro de 2016, modificado nos meados do ano pelo Relatório aprovado pela Comissão Especial da Câmara Federal; e outra vez modificado agora no final do ano, por uma denominada “Emenda Aglutinativa”, ainda informal, que aguarda quórum e forma final para ir a Plenário. O leitor não entendeu ainda do que se trata, nem lembra completamente da versão original, nem tampouco das mudanças em aberto. Intui, com razão, que se trama algo contra os direitos do trabalhador.

É preciso paciência e didatismo para não cairmos no campo do ceticismo, que é campo propício às manipulações da consciência, obstrutivas ao livre discernimento. É necessário partir da situação geral, estrategicamente almejada pelos promotores da “reforma”, daí derivando as situações particulares. O caminho inverso, dado o cipoal de normas e regras propostas, modificadas, alteradas novamente, mais confunde que esclarece, virando espaço fértil à manipulação ideológica.

Na verdade, há três regimes previdenciários em questão: a Previdência Social com vínculo à Seguridade Social, a Previdência do Serviço Público e a Previdência Complementar Privada. E há um jogo estratégico dos donos do poder com a seguinte conformação.

Para a Previdência Social (paga benefícios desde um salário mínimo a 5.536,00 reais), o objetivo explícito é restringir os direitos previdenciários ora vigentes (mais de 60 milhões de segurados ativos), tendo em vista obter sobras de recursos para outras destinações.

Para a Previdência dos Servidores Públicos (paga benefícios de um salário mínimo até o teto do ministro do Supremo Tribunal Federal, em torno de 34 mil reais), o objetivo principal da reforma é promover compulsoriamente a criação dos Fundos de Previdência Complementar Privada em todos os entes federados.

Esses Fundos seriam subvencionados pelas contribuições patronais às contas individuais dos servidores aderentes, enquanto os não aderentes ficariam sem qualquer contribuição patronal. Mas como esses servidores precisariam esperar 30 a 35 anos para adquirir tempo de aposentadoria, é esse o período de transição, dentro do qual os tesouros estatais alimentariam os fundos privados (das contribuições entre o teto do INSS, de 5.536,00 reais, e o teto do serviço público, dos atuais 34 mil reais). Nesse longo período de transição o ônus de pagar as aposentadorias e pensões pretéritas é integralmente da Previdência de Serviço Público dos estados e municípios incluídos compulsoriamente na reforma.

No primeiro jogo, qual seja o de retirada de direitos no campo do público vinculado ao INSS (9/10 do total de segurados ativos), e uma demanda por benefícios da ordem de 34,3 milhões de benefícios acumulados em cada mês (outubro de 2017), 70% dos quais situados no valor do salário mínimo, houve recuos explícitos ao rol interminável de restrições do projeto original (PEC 287/2016).

Mas permanecem ainda duas macrocélulas malignas: a) a exigência de tempo de contribuição à Previdência Rural; b) a redução significativa no valor dos benefícios pagos à previdência urbana, com salários de contribuição acima do salário mínimo até o teto de 5.536,00 reais, achatados a 65% do salário médio de contribuição por toda a vida laboral.

Sobre essa regra “b”, a malignidade é explícita, mas a malignidade “a” requer explicação, daí porque, para chamar atenção à desinformação pública, os amigos do MPA optaram pela greve de fome. É que na Previdência Rural da Constituição de 1988, passando por todas as reformas desde então, a regra vigente é a do agricultor familiar comprovar tempo de trabalho e não tempo de contribuição monetária individual mensal, como se pretende na Emenda Aglutinativa.

Com essa capciosa redação, exclui-se da Previdência Social os agricultores do semiárido nordestino, os “povos da floresta”, os ribeirinhos, os indígenas, quilombolas e tantos outros agricultores familiares que não realizam receitas mensais monetárias, mas sofrem dos riscos incapacitantes ao trabalho, que é o fato gerador da sua inclusão previdenciária. São estes mais frágeis da ordem social agrária, já acolhidos pelo direito previdenciário vigente, que se pretende excluir. Entendo o porquê do gesto profético do jejum e também da omissão midiática.

Finalmente, e para não cansar o leitor, a insistência por votar ainda em dezembro esse projeto, precisa ser entendida pelo seu objetivo principal, que no caso da Previdência do Serviço Público tem uma destinação explícita: passar o dinheiro do setor público, compulsoriamente, para os fundos de previdência complementar privados. Isso independentemente da vontade de cada ente federado, como é a regra atual da EC 41/2003, aplicável desde 2013, depois da criação do FUNPRESP.

E pasmem os leitores, ainda se fala ao estilo pensamento único na cobertura midiática oficial e oficiosa, que a urgência da aprovação da PEC se deve aos objetivos do “equilíbrio fiscal”, quando a regra principal que se quer passar eleva compulsoriamente o desequilíbrio fiscal dos estados e municípios ainda não aderentes.

Leia também:

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Fonte: Correio da Cidadania

Quanto Tempo o Tempo Tem

Quanto Tempo o Tempo Tem

Nacionalidade Brasil
Vive-se em tempos diferentes. Pensando nessa estrutura, a diretora propõe a seus entrevistados uma análise sobre o tema. Como resultado o documentário oferece uma investigação sobre as principais linhas de nossa consciência sobre o passar das horas, um questionamento sobre a falta de tempo no mundo contemporâneo e uma reflexão sobre civilização e o futuro da existência humana.
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Quanto Tempo o Tempo Tem

Aula de filosofia

por Bruno Carmelo

Este documentário brasileiro se dedica a um tema tão apaixonante quanto amplo: o tempo. A questão poderia ser abordada por diversos ângulos, mas a diretora Adriana L. Dutra e o co-diretor Walter Carvalho preferem analisar o tempo pelo ponto de vista da pesquisa acadêmica. Assim, grandes filósofos, sociólogos e historiadores discorrem sobre a definição de tempo, as possibilidades de medi-lo, sua transformação social e econômica, sua influência na tecnologia e na própria definição de ser humano. Pela riqueza da abordagem, o filme funciona como uma aula complexa e bem documentada, de ritmo agradável e sucinto. Como forma de cinema, no entanto, o alcance da produção é modesto. Estamos diante de uma estrutura de talking heads, extremamente dependente dos depoimentos. Os convidados discorrem sobre seus temas de predileção diante de bibliotecas, quadros negros e estantes de livros – símbolos evidentes de erudição – enquanto transpiram sob a luz quente dos refletores. É curioso que a produção não tenha buscado uma estrutura mais original ou orgânica para as conversas.

Quando não submete a imagem ao som, Quanto Tempo o Tempo Tem busca suas próprias construções para refletir a passagem do tempo. Esta deveria ser a parte mais instigante do documentário: a busca de uma representação imagética para um elemento tão abstrato quanto o tempo. Afinal, o próprio cinema é a animação de imagens estáticas… Dutra, infelizmente, recorre ao imaginário mais gasto sobre o assunto, com cenas de carros acelerados nas autoestradas das metrópoles, pessoas saindo de estações de metrô, nuvens atravessando o céu. A trilha sonora é outro clichê, com direito a batidas de música eletrônica para imprimir ritmo.

É uma pena que o documentário não se dê ao trabalho de refletir sobre o tempo em termos imagéticos. Filmes de conceitos simples com Sem Sol, de Chris Marker, ou o curta-metragem Entre Imagens – Intervalos, de André Fratti Costa e Reinaldo Cordenuto, fornecem alternativas mais criativas para a contradição de ilustrar algo teoricamente invisível. Do jeito como é exposta, a forma do documentário rebaixa-se ao conteúdo. As cenas, mesmo complexas, são limitadas pelo discurso.

A conclusão, narrada pela própria diretora, beira a banalidade. “O mundo continua acelerado”, ela diz. Mas Quanto Tempo o Tempo Tem passa por temas e questões muito mais interessantes do que a simples constatação de um mundo veloz. O projeto iniciado em 2011 e exibido nos cinemas em 2016 tem que ser valorizado pela ambição intelectual profunda e por não rebaixar o nível da discussão para o espectador médio. Faltava o mesmo interesse, no entanto, pela própria linguagem cinematográfica.

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U2 – With or without you

U 2 – With or without you

See the stone set in your eyes
See the thorn twist in your side
I’ll wait for you

Sleight of hand and twist of fate
On a bed of nails, she makes me wait
And I wait without you

With or without you
With or without you

Through the storm, we reach the shore
You give it all, but I want more
And I’m waiting for you

With or without you
With or without you, ah
I can’t live
With or without you

And you give yourself away
And you give yourself away
And you give, and you give
And you give yourself away

My hands are tied
My body bruised
She’s got me with
Nothing to win and nothing left to lose

And you give yourself away
And you give yourself away
And you give, and you give
And you give yourself away

With or without you
With or without you, oh
I can’t live with or without you

With or without you
With or without you, oh
I can’t live with or without you
With or without you

With or without you
With or without you, oh
I can’t live with or without you
With or without you

Dança por Correio – Hoje tem Grupo Zumb.boys no SESC Itaquera

Dança por Correio – Os carteiros dançarinos irão invadir o Sesc Itaquera! 

Dança por Correio do Grupo Zumb.boys - Foto: Kelson Barros

Dança por Correio no SESC Itaquera – Foto: Kelson Barros

Hoje, dia 27 de janeiro de 2018, um dos mais importantes grupos de dança contemporânea da atualidade – o Grupo Zumb.boys realiza uma apresentação do espetáculo Dança por Correio, com o qual o grupo foi vencedor do Prêmio APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, de Melhor Espetáculo (Não Estreia) de 2016, no SESC Itaquera.

Os bailarinos irão transitar pelos espaços do SESC distribuindo cartas e interagindo com os transeuntes. O público será surpreendido com passos de breaking que serão realizados na forma de improviso a partir das mensagens lidas em cada uma das cartas.

A intenção é interferir nos fluxos cotidianos, na paisagem urbana, fazendo com que as pessoas escolham uma carta, e a partir dessa escolha seja determinado o que será dançado. O interprete-criador traduzirá os sentimentos e sensações que a carta expressou, com o intuito de transformar e interferir no trajeto das pessoas que por ali passam, diluindo a arte no cotidiano.

O Zumb.boys vem se destacando por realizar um trabalho inédito. Formado exclusivamente por b-boys, o grupo vem realizando intervenções urbanas, estudos de campo e interagindo com outras linguagens artísticas, com o objetivo de aprimorar o seu trabalho e sua pesquisa. O resultado são espetáculos potentes, sensíveis e que propõe importantes reflexões sobre o comportamento na sociedade contemporânea, através da dança.

A partir da proposta do diretor Márcio Greyk de criar uma linha de pesquisa nas danças urbanas, a ideia de ser uma dança apresentável apenas nas ruas foi transformada para ser levada aos palcos, através de uma estrutura de pesquisa, produção e criação.

O grupo traz em sua formação atual os bailarinos Danilo Nonato, David Xavinho, Márcio Greyk, Eddie Guedes, Igor Souza e Guilherme Nobre, que possuem diferentes históricos na dança contemporânea, participando do processo criativo de importantes companhias como OMSTRAB, Cia. de Dança, Teatro Ivaldo Bertazzo, Gumboot Dance Brasil, Núcleo Luz, Fragmento Urbano entre outros.

Em 2016 o Grupo Zumb.boys ganhou o Prêmio Denilto Gomes em Produção em Dança e Melhor Design de Luz com o espetáculo “O que se Rouba” e também o Prêmio APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, de melhor espetáculo (Não Estreia) com a intervenção “Dança Por Correio”.

Recentemente o grupo foi vencedor na categoria Melhor Intervenção Urbana do Prêmio Denilto Gomes 2017, da Cooperativa Paulista de Dança, pelo projeto Mané Boneco. E foi indicado ao Prêmio APCA de Dança 2017 com o espetáculo “O que se rouba” na categoria de Melhor Espetáculo (Não Estreia).

Ótima oportunidade de conhecer o trabalho deste grupo que segue resistindo bravamente com seus projetos, buscando caminhos para visibilidade/protagonismo periférico e das culturas marginais. Mais informações em:  www.facebook.com/grupozumbboys / www.instagram.com/zumb.boys

DANÇA POR CORREIO

De uma maneira poética, os dançarinos vestidos de carteiros levam, não apenas uma mensagem escrita nas cartas, mas uma mensagem embutida na dança e na música sendo construída para aquela pessoa e para aquele ambiente.

A partir da escolha de uma carta lida pelo público, os dançarinos improvisam e realizam jogos coreográficos. De forma muito divertida, os dançarinos interagem com o grupo e encantam adultos e crianças.

Dia 27 de janeiro de 2018 – Horário: 15h30
Intervenção “Dança por Correio” no Sesc Itaquera

Classificação Indicativa: Livre – 50 minutos

Produção: Cazumbá Produções

Assessoria de imprensa: Luciana Gandelini // Cel: 99568-8773 // lucigandelini@gmail.com

Defesa de Lula aponta interferência alheia em processo

Defesa de Lula aponta interferência alheia em processo

A Defesa de Lula pronunciou-se sobre a condenaçãoÉ assustador e estarrecedor ouvir vozes se levantarem contra Lula porque ele desafiou o poderio comunicativo da Globo e suas aliadas.

Dói ver pessoas, que mal conhecem a vida e o legado de Lula colocam-se contra ele porque viram vídeos e áudios na internet, no youtube, no facebook em que “ele tripudiava de alguém”. As pessoas são tão mal intencionadas ou sem noção que ignoram que os vídeos e/ou áudios podem ser fabricados pela tecnologia. Podem ser falsos. São tantas as pessoas que imitam a voz de Lula, fantasiam-se de Lula para brincar com a imaginação alheia, No embalo disso, os que odeiam Lula sem uma real razão, imitam o que veem nos telejornais globais e outros veículos de má comunicação…Eles podem estar odiando uma falsa imagem que se criou de Lula ao longo do tempo por ele se contrapor às forças dominantes do país,

As pessoas mal intencionadas clamam por “justiça” contra Lula e avalizam todos os tipos de flagrantes injustiças e perseguições. Apoiam intromissões indevidas, Tomam por herói um juiz que deixa livres os tucanos, que condena sem provas e com muita convicção. Prendem um aqui, outro ali para dizerem que são imparciais.

Qualquer um pode ser acusado de um crime. Isso não garante que o acusado seja realmente criminoso. Os órgãos competentes de investigação têm que trabalhar para encontrar provas que comprovem as acusações. Até agora não encontraram provas e já estão condenando  o ex-presidente. E seu eu fosse lá no distrito policial e acusasse você de roubar o meu boné favorito? Você já seria automaticamente culpado(a) e condenado(a)? Você seria preso(a) por um crime que não cometeu? Mofaria na cadeia só porque eu, o delegado e o juiz não gostamos de você?

Eu fico impressionado com a “inteligência das pessoas” que odeiam sem razão. Fico muito chateado de ver pessoas desejando o mal das outras porque não têm opinião própria e/ou adotam as alheias,

Depois que forem constatadas a inocência de Lula , ou qualquer outro condenado, quero ver onde as pessoas vão enfiar as caras, Por enquanto posam de bons moços, escorados nas injustiças de certos juízes inescrupulosos sem moral para julgar ninguém…