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Laureate usa robôs no lugar de professores sem que alunos saibam

Laureate usa robôs no lugar de professores sem que alunos saibam

Thiago Domenici

Publicado originalmente na Agência Pública:

Por Thiago Domenici

Se você faz disciplinas de educação a distância (EAD) em alguma das instituições ligadas à rede educacional Laureate, um aviso: a avaliação das suas atividades dissertativas (textos) na plataforma digital — conhecida como blackboard — não é mais feita só por professores, e sim por um software de inteligência artificial, o LTI.

A informação foi confirmada por cinco fontes que falaram com a Agência Pública sob a condição de anonimato.

Silvana*, professora, explica: “Os alunos não sabem, e assim somos orientados: não podemos informá-los e devemos responder a todas as demandas como se fossemos nós, professores, os corretores”.

Um documento interno obtido pela reportagem que trata do uso do corretor automático também confirma a situação: “Atenção: esta informação não deve ser compartilhada com os estudantes!”, registra o texto grifado em amarelo, que é parte do manual do LTI enviado aos docentes.

“A nossa função aqui é corrigir atividade, então o que a gente vai fazer agora?”, questiona Lorena*, outra professora da rede, que possui mais de 200 mil alunos em 11 instituições no país, entre elas FMU | FIAM-FAAM, Anhembi Morumbi, UNIFACS, UniRitter, FADERGS, UnP, UniFG, IBMR e FPB.

O LTI funciona com palavras-chave, explica Jonas*, outro professor. “Ele compara com a resposta do aluno, atribuindo uma nota de acordo com a identificação que considera correta a partir dessas palavras.” Segundo eles, a correção não é imediata para que o aluno não perceba a utilização do robô, e a nota só é disponibilizada nos dias seguintes no sistema.

“O estudante está sendo extremamente enganado”, diz Lorena, que afirma sentir-se mal ao ter de participar do que chamou de “mentira”. “A impressão que dá é que a gente está lá só para inglês ver. Só pra eles usarem os nossos títulos e poderem validar os cursos no MEC, pra gente ter que falar para eles [MEC] que ‘temos liberdade e autonomia sobre a disciplina’, quando a gente não tem”, desabafa a docente.

Lorena faz referência a outra denúncia revelada pela Pública em maio do ano passado, quando professores demitidos denunciaram irregularidades nos cursos EAD da Laureate, que iam de atas forjadas para o reconhecimento de cursos no Ministério da Educação à atuação de docentes em cursos fora de sua área de formação.

A denúncia atual chegou ao conhecimento da reportagem por meio da Rede de Educadores do Ensino Superior em Luta, espaço de articulação e mobilização política dos educadores e educadoras das instituições de ensino superior (IES) privadas.

A rede divulgou uma nota pública assinada por algumas entidades, entre elas o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP).

200 mil alunos potencialmente afetados pelo uso de inteligência artificial em atividades das disciplinas EAD

Estudantes: “Em nenhum momento falaram pra gente”

Estudante do quinto semestre de turismo na Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, Mitie Nagano, 20 anos, afirma não ter sido informada sobre o uso de inteligência artificial no EAD para correção de atividades dissertativas.

Aluna do curso presencial, Mitie tem 20% das suas atividades da graduação realizadas no EAD. Mas, segundo a portaria nº 2.117, assinada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, em dezembro de 2019 as IES podem aumentar de 20% para 40% a fatia da grade curricular oferecida a distância, mesmo nos cursos presenciais.

A portaria indica que os cursos precisam ter critérios técnicos adequados para as aulas a distância, além de projeto pedagógico aprovado. A portaria estabelece ainda que mudanças no curso presencial precisam ser “amplamente informadas” aos alunos, devendo ser identificados “os conteúdos, as disciplinas, as metodologias e as formas de avaliação” do curso. A necessidade de transparência vale para os alunos já matriculados e para os processos seletivos de ingresso nos cursos.

Representante de sala, Mitie relata que desde o início do curso a universidade não deixou claro como eram feitas as correções: “Sabíamos que passavam por um filtro de professores que corrigiam, pelo que falavam antes. E não chegou até mim a informação de que isso mudaria e que passariam a usar inteligência artificial”, diz a estudante.

Assim como Mitie, outros dez estudantes confirmaram à Pública que nada sabiam sobre o uso do LTI em suas atividades de EAD. “Caramba, fiquei surpresa agora”, disse Gisele*, que cursa marketing na FMU. “Acredito que é extremamente prejudicial não ter um profissional capacitado avaliando minhas produções acadêmicas”, reclamou Maurício*, que faz direito na Anhembi Morumbi.

No dia 24 de abril, através do atendimento online da Anhembi Morumbi — como mostram as imagens a seguir —, a estudante de jornalismo Joana* perguntou sobre como são feitas as correções e foi informada de que as atividades são corrigidas por professores. “Então esse professor corrige todas as atividades dissertativas do EAD?”, indagou. “Isso mesmo”, foi a resposta do atendimento.

No dia 24 de abril, a instituição não esclarece que são robôs que fazem a correção. Afirma que são os professores

João*, outro aluno da FMU, diz que se sente inseguro com a situação: “Cria a dúvida qual base ele [LTI] está utilizando pra saber se é correto ou não? Nem sempre a produção de mais e mais correções vence a maior assertividade manual”.

Erick Quirino, 20 anos, estudante de jornalismo no mesmo campus que Mitie, também acha que o uso não informado do LTI prejudica os alunos. “Primeiro, porque depende muito da inteligência artificial que eles estão usando. Se for alguma coisa que faça uma análise semântica básica, que caça palavras-chaves, o contexto da resposta se perde. E a proposta das questões dissertativas é justamente que cada aluno possa desenvolver a sua própria resposta e argumento. Talvez o uso de inteligência artificial tente passar uma régua única em todas as respostas e acabe prejudicando os critérios de avaliação. E, principalmente, é prejudicial porque não tem transparência entre os alunos e a universidade”, avalia.

A estudante de jornalismo da Anhembi Morumbi Jéssica* avalia que a tecnologia pode ser algo bem útil, mas não utilizado dessa forma. “Mesmo com margem baixa de erro, não anula o fato de que um robô não tem o estudo e a experiência de um professor, que dedicou a vida dele para isso. Me sinto muito ‘lesada’ por não termos acesso a essas informações”, critica.

“Iremos formar robôs”, diz um professor que teme demissões

Jonas acredita que, assim que o LTI estiver funcionando sem falhas, todos os professores do EAD Laureate estarão de aviso prévio. “Seremos demitidos e trocados por monitores que não necessitam de formação”, diz.

Segundo ele, a interação com os alunos já é pequena atualmente, só acontece quando a nota é 6 ou inferior — seguindo orientação do próprio manual do LTI.

Se questionados [por estudantes], a ordem é [dizer]: “Estamos efetuando a correção ainda e o sistema está demorando para subir a nota”. “O aluno não aprende, não é possível dar um feedback. Iremos formar robôs”, critica Jonas.

Os docentes afirmam ainda que problemas no uso do sistema já são percebidos. “Eu fui olhar atividade por atividade analisada pelo LTI. A maioria dos estudantes que tiraram dez é tudo plágio. E tem estudante que tirou nota ruim, mas que tentou escrever”, diz a professora Lorena.

“Um erro que eu vi acontecendo pelo LTI é de um aluno que enviou a mesma resposta em duas atividades totalmente diferentes e tirou nota 10 e 8. Uma loucura isso”, afirma Jonas. “Se antes, quando corrigíamos atividades, já era difícil manter a qualidade educacional, uma vez que havia casos de professores com mais de 7 mil alunos para dar feedback, agora sem que isso passe necessariamente por uma avaliação humana é ainda mais sofrível”, diz a docente Silvana.

Segundo o MEC, as IES têm autonomia didático-pedagógica para administrar as suas atividades acadêmicas, desde que “pautadas por normas, regimentos internos e estatutos avaliados pelo MEC para fins de credenciamento e recredenciamento”.

O manual de conduta ética da Laureate traz algumas considerações, entre elas, a transparência

Os cursos na modalidade 100% EAD são, em geral, mais baratos que os presenciais e vendem a ideia de flexibilidade aos alunos que precisam ganhar tempo para poder trabalhar. Além disso, oferecem um vestibular menos rígido.

O estudante Murilo*, por exemplo, ingressou na Laureate neste semestre para fazer o curso de EAD de ciência da computação. Ele conta que na inscrição para o vestibular pediram que fizesse uma redação online. O tema: “Levando em conta a leitura do texto e a sua vivência, escreva um texto de até 20 linhas respondendo à seguinte pergunta: a língua deve ser domada e correta ou funcionar como um espaço de expressão criativa?”.

“Foi um processo normal, redigi o texto e submeti”, recorda. “Mas eu achava que ia ter um processo de avaliação, com professor. Por curiosidade, fui olhar o código-fonte [a linguagem de programação por trás da página] e percebi que era feito pra enganar. Simplesmente eram mensagens pré-programadas já com a nota”, critica.

Segundo Murilo, a temática da redação chega a ser irônica pelo fato de ter sido corrigida por um robô. “Não me incomodou ser automatizada, mas ser mentirosa. Ninguém aprovou nada”, diz.

Segundo o MEC, “em caso de insatisfação com decisão administrativa tomada internamente pela instituição, o aluno deverá buscar as instâncias e recursos definidos pelo regimento interno da própria instituição”.

“O mais contraditório é que nos treinamentos obrigatórios da Laureate, realizados online, o discurso apresentado fala que a EAD não diminuiu o papel do professor, já que ele seria fundamental para a articulação e engajamento dos estudantes, mas a verdade é que os alunos estão abandonados por um sistema robótico que não preza pela mesma qualidade que o trabalho do docente”, diz a professora Silvana.

Projetos de lei de IA

Não há regulamentação específica para o uso de inteligência artificial no país. Atualmente, dois projetos de lei sobre inteligência artificial tramitam no Congresso Nacional. Um deles cria a Política Nacional de Inteligência Artificial (PL 5.691/2019) e outro estabelece os princípios para o uso dela no Brasil (PL 5.051/2019), ambos de autoria do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) — o relator dos projetos mencionados é o senador Rogério Carvalho (PT-SE).

Na justificativa, o senador Valentim pontua que não se trata de frear o avanço da tecnologia, mas de assegurar que esse desenvolvimento ocorra de modo harmônico com a valorização do trabalho humano, a fim de promover o bem-estar de todos.

Maurício Pimentel, especialista em tecnologia, avalia que o grande problema que a inteligência artificial vem enfrentando neste momento em relação à educação são as questões subjetivas. “Tudo que se trata de subjetividade a inteligência artificial vai ter restrições bem severas — eu não digo intransponíveis, porque nesses anos todos de carreira eu acabei descobrindo que o impossível é uma questão de tempo”.

“Eu sou da opinião de que IA é como glúten, açúcar e carboidrato, tem que estar na embalagem escrito. Se você ligar para um serviço de TV a cabo e você estiver falando com um robô de inteligência artificial, ele deveria avisar que ele é um robô. Eu transfiro isso para a questão da correção exatamente com o mesmo receio. O uso da inteligência artificial tem que ser declarado a priori”, avalia.

Para Marina Feferbaum, coordenadora da área de Metodologia de Ensino e do Centro de Pesquisa e Ensino em Inovação, ambos da FGV Direito, em São Paulo, a situação revelada pela reportagem traz um “problema ético gigantesco”. “Só o fato dos alunos não saberem que um robô está corrigindo as avaliações, tem mil implicações”, diz. “É uma questão para refletir sobre isso, o papel da sala de aula: no meio científico a validação ocorre muito por conta da troca dos pares. Você vai construindo junto, dando feedback. Agora, como seria esse modelo de algoritmo, né? Ele tem um padrão, o que é considerado como válido ou inválido nesse modelo de correção. É um referencial teórico de um único professor que foi imputado naquele modelo para validar o que é correto? Enfim, a complexidade dessa discussão é infinita.”

Questionado, o MEC afirmou que não funciona como instância recursal em matéria acadêmica. “Caso a proposta pedagógica (incumbências atribuídas às instituições de educação superior pelo art. 12 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) vier a prejudicar a qualidade do ensino ofertado, tais deficiências serão detectadas nos processos de regulação, e caberá ao Ministério da Educação adotar as medidas cabíveis, como ações cautelares de redução de vagas, suspensão de novos ingressos, dentre outras.”

O que diz a Laureate

Procurada, a Laureate respondeu em nota: “Em um mundo em constante evolução, a Laureate Brasil acompanha e analisa as tendências do segmento educacional para disponibilizar à sua comunidade acadêmica o que há de mais moderno e inovador no mercado, incluindo a adoção de diversas tecnologias da informação e da comunicação, que apoiem as atividades pedagógicas e potencializem ainda mais a qualidade do ensino, como o uso de inteligência artificial. Comprometida com o propósito de transformar vidas promovendo o saber e a empregabilidade, a organização reforça que faz parte da autonomia universitária de suas instituições encontrar recursos para melhorar a aprendizagem de seus alunos, tendo o professor como parte fundamental nesse processo. Todas as decisões estão pautadas nas diretrizes do Ministério da Educação (MEC), bem como seguem em conformidade com a legislação brasileira em vigor”.

Fonte: DCM

Legião Urbana – Que país é esse?

Região Fulana – Que infeliz é esse?

Bozo do Brasil

Nas casernas, no telhado
Mentira pra todo lado
Ninguém aguenta a prostituição
Mas todos sacrificam o futuro da nação

Que infeliz é esse? É o bozo indecente!
Que infeliz é esse? É o bozo indecente!
Que infeliz é esse? É o bozo indecente!

No Amazonas, em Manaus ai ai ai
Na Baixada Fluminense
Mato Grosso, mortes reais
E no Nordeste nada em paz

Na morte sem descanso
Mas a gangue anda solta
Falsificando os papéis
Documentos cruéis
Ao descaso co’a nação

Que infeliz é esse? É o bozo indecente!
Que infeliz é esse? É o bozo indecente!
Que infeliz é esse? É o bozo indecente!
Que infeliz é esse? É o bozo indecente!

Baderneiro imundo se for
desgraça no exterior

Mas o Brasil vai ficar pobre
Vamos perder um trilhão
Quando doarem todos os poços
Do nosso óleo num leilão

Que infeliz é esse? É o bozo indecente!
Que infeliz é esse? É o bozo indecente!
Que infeliz é esse? É o bozo indecente!
Que infeliz é esse? É o bozo indecente!

“É muito ligado ao PT”, mas não é…

“É muito ligado ao PT”, mas não é…

Lava Jato suspeitava que Alexandre Ramagem era corrupto ligado ao PT

Escolhido por Bolsonaro como novo chefe da Polícia Federal era visto como sabotador da operação.

O DELEGADO ALEXANDRE RAMAGEM ainda nem assumiu o comando da Polícia Federal, como pretende Jair Bolsonaro, e já enfrenta resistência devido à intimidade que cultivou com a família presidencial. Mas essa proximidade não é a única nuvem sobre a indicação. A força-tarefa da Lava Jato desconfia do policial, atual diretor da Abin, há quase cinco anos.

Para os procuradores do Ministério Público Federal em Curitiba, Ramagem era um nome ligado ao PT que estaria buscando “melar” a operação. Além disso, se preocupavam com a amizade que o nome de Bolsonaro para a Polícia Federal mantinha com um procurador preso e denunciado pela venda de informações de investigação ao grupo JBS.

Essas duas suspeitas foram compartilhadas por Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato no Paraná, em conversas no aplicativo Telegram que foram entregues ao Intercept.

A desconfiança surgiu em 2015, quando Deltan Dallagnol dividiu uma preocupação com os colegas do MPF sobre um delegado oculto até aquele momento.

21 de julho de 2015 – Grupo PF – MPF Lava Jato 2
Deltan Dallagnol – 00:52:00 – Info de inteligência: Fanton tem grande amigo, carioca, na direção geral, o qual é mto ligado ao PT, e esperaria favor político futuro em troca de infos para melar o caso, segundo algumas fontes dizem
Luciano Flores – 07:35:00 – Hummm valeu, Deltan! Vamos ver se procede essa história do Fanton…
Marcio Anselmo – 09:22:41 – [Mensagem não encontrada]
Anselmo – 09:22:45 – Hein?
Carlos Fernando dos Santos Lima – 10:57:24 – Se tiverem o nome desse suposto delegado carioca, me avisem para eu poder passar para o pessoal nosso que está acompanhando as investigações.
Igor Romário de Paula – 11:01:22 – Pode deixar… Estou o do hoje para Brasília e vou tentar descobrir

Já naquela época a Lava Jato vivia em guerra com o delegado Mario Fanton, que havia acusado seus colegas paranaenses de manipulação de provas e que acabou denunciado por violação de sigilo funcional.

Horas depois, no mesmo dia, Dallagnol retornou ao grupo com a identificação do suspeito: Alexandre Ramagem.

21 de julho de 2015 – Grupo PF – MPF Lava Jato 2
Deltan Dallagnol – 14:03:10 – Nome do DPF é Alexandre Ramagem Rodrigues. Está na DG
Dallagnol – 14:03:29 – Seria ele quem estaria mediando com PT pro Fanton
Erika Marena – 14:04:28 – Obrigada Paulo !
Igor Romário de Paula – 14:05:04 – Boa… sei quem é… Vou tentar levantar mais coisas lá amanhã
Marcio Anselmo – 14:08:28 – Eu conheco esse nome

Em paralelo, Dallagnol repassou a informação a Januário Paludo, um dos veteranos da força-tarefa no Paraná.

É ele que batiza os grupos de chat no Telegram Filhos do Januário, que estão entre os mais usados pela força-tarefa (no final do ano passado, Paludo passou a ser investigado pela acusação de receber propina do doleiro Dario Messer em troca de proteção).

“O nome do Delegado de Brasília, que seria ligado aos políticos eh : Alexandre ramagem rodrigues”, escreveu Dallagnol a Paludo no dia 21 de julho. Paludo chegou a responder no dia seguinte, afirmando que acionaria seus pares em Brasília, mas o assunto não foi adiante.

A desconfiança sobre Ramagem ficou submersa e atravessou o fim do governo Dilma Rousseff para ressurgir, quase dois anos depois, no episódio mais devastador para a gestão do sucessor Michel Temer.

Em 18 de maio de 2017, procuradores de todo o país amanheceram com a notícia de que um colega, Ângelo Goulart Villela, havia sido preso por suspeita de ter vendido informações sigilosas de investigação a Joesley Batista, dono da JBS.

No dia anterior, vinha à tona a informação de que Joesley havia gravado Temer, no Palácio do Jaburu, dando um dúbio aval ao empresário para comprar o silêncio de Eduardo Cunha.

Três dias depois da prisão, Dallagnol entrou em contato com o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, então coordenador da Operação Greenfield, que mirava fundos de pensão. Era a operação em que Villela, preso na véspera, atuava na época. Dallagnol repassou a Lopes uma mensagem recebida de um denunciante que ficou anônimo:

21 de maio de 2017 – Chat privado
Deltan Dallagnol – 17:46:48 – Repasso: “Caro amigo, vou recorrer a vc (…). Mas o ngelo Goulart tinha ligações com um tal DPF Ramagem, que passou por RR Tb, será que ele está em alguma FT? Se estiver, deve ser afastado sumariamente, pq é grande o risco de estar envolvido tb.”
Anselmo Henrique Cordeiro Lopes – 19:28:49 – holding era alvo de 3 Operações de nossa FT e outras 3 de outros colegas. Estavam acuados. De toda forma, o critério utilizado pela PGR foi o da qualidade das provas que eles produziram.
Lopes – 19:29:18 – Já ouvi isso, mas o Ramagem não está nas nossas operações

Não é claro se Dallagnol sabia disso, mas Villela e Ramagem de fato haviam trabalhado juntos em Roraima de 2008 a 2011. Cada um por seu órgão, haviam atuado na investigação das contas de candidatos ao governo do estado, em 2010.

Duas fontes ouvidas pelo Intercept que pediram anonimato afirmam que a relação dos dois era íntima: o procurador teria dividido casa com Ramagem em Boa Vista e convidado-o para o casamento dele, em 2013, uma festa de luxo no Copacabana Palace, no Rio.

O delegado realmente não trabalhava na Operação Greenfield. Naquele mesmo ano, contudo, Ramagem atuou na equipe da Lava Jato junto ao Tribunal Regional Eleitoral da 2ª Região, no Rio, e comandou a Operação Cadeia Velha, uma movimentação colossal da estrutura da PF que prendeu empresários do transporte público sobretudo no Rio de Janeiro.

Foram cumpridas conduções coercitivas de Jorge Picciani, então presidente da Assembleia Legislativa do Rio, e de Paulo Melo, deputado estadual e ex-presidente da Alerj, além de seis prisões preventivas e quatro temporárias e de 21 ações de busca e apreensão.

Ramagem permaneceu na Lava Jato até 2018, quando assumiu um trabalho administrativo na PF. Foi só após a facada que Bolsonaro sofreu durante a corrida eleitoral, em setembro, que o delegado assumiu a coordenação da segurança da campanha.

Pedimos à força-tarefa da Lava Jato em Curitiba uma posição dos procuradores a respeito das afirmações de Ramagem. Em resposta, a assessoria do Ministério Público Federal no Paraná disse que “o site prejudicou o direito de resposta ao não disponibilizar o material para análise da força-tarefa”.

Diz a nota, ainda, que “a força-tarefa Lava Jato em Curitiba não reconhece as mensagens que lhe têm sido atribuídas”. “O material é oriundo de crime cibernético e sujeito a distorções, manipulações e descontextualizações”.

As afirmações são incorretas. O contexto das conversas foi informado aos procuradores, como de hábito. O Intercept não distorce, manipula ou descontextualiza as conversas.

O delegado Alexandre Ramagem também foi procurado. Ele não fez comentários até a conclusão deste texto. Sua manifestação será incluída assim que for entregue.

Fonte: The InterceptBR

Belchior – A palo seco

Belchior – A palo seco

Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava
De olhos abertos lhe direi
Amigo eu me desesperava

Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 76
Eu ando um pouco descontente
Desesperadamente eu falo português

Tenho 25 anos de sonho e de sangue
E de América do Sul
Mas por força do meu destino
Um tango argentino
Me cai bem melhor que um blues

Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 76
Eu quero é que esse canto torto feito faca
Corte a carne de vocês

Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava
De olhos abertos lhe direi
Amigo eu me desesperava
Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 76

Eu ando um pouco descontente
Desesperadamente eu falo português

Tenho 25 anos de sonho e de sangue
E de América do Sul
Mas por força do meu destino
Um tango argentino
Me cai bem melhor que um blues

Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 76
Eu quero é que esse canto torto feito faca
Corte a carne de vocês

Primeiros tuítes de hoje

Primeiros tuítes de hoje

TUDO Q O NÃO-PRESIDENTE JÁ FEZ ATÉ HJ SOB COMANDO JÁ É SUFICIENTE PARA Q ELE NEM ESTIVESSE MAIS NO CARGO. P Q OS RESPONSÁVEIS PELO AFASTAMENTO NÃO O FIZERAM AINDA? BRIGAS JURÍDICAS À PARTE, JÁ TEVE FLAGRANTE Q JUSTIFICARIA NO MÍNIMO UMA PRISÃO.

NÃO SOU ESPECIALISTA, PERDOEM-ME OS ESPECIALISTAS. É SOMENTE UMA SUGESTÃO. TENHO PARCOS CONHECIMENTOS JURÍDICOS. FLAGRANTES CRIMES NÃO SÃO SUSCETÍVEIS DE PRISÃO IMEDIATA? ELES JÁ OCORRERAM E OCORRERÃO.

O mentecapto exime-se com distorções da culpa pelo aumento da pandemia. O Estado tem de cuidar das vidas, fornecer recursos financeiros aos trabalhadores é obrigação que ele não cumpre integralmente. Não competência constitucional, econômica, social nem sanitária pra propor nada.

O Q ESPERAR DE UMA PESSOA Q NEGA DIREITOS AOS AFRODESCENDENTES, IGNORANDO QUE FORAM ALIJADOS DOS DIREITOS POR APROXIMADA// 400 ANOS? O Q ESPERAR DE UMA PESSOA Q SONEGA DIREITOS A QUEM SOFRE PERSEGUIÇÃO, DISCRIMINAÇÃO E PRECONCEITO?

NÃO FOI QUESTÃO POLÍTICA APENAS. FOI ÉTICA E MORAL. NÃO TINHA PLANO DE GOVERNO. FUGIA DOS DEBATES, PROPAGAVA MENTIRAS, ÓDIO, MISOGINIA, E PRECONCEITO ABERTAMENTE. NÃO TINHA NEM HISTÓRIA POLÍTICA RELEVANTE. FOI IGNORÂNCIA HUMANITÁRIA.

Vai chegar um dia em que teremos dó do fantoche. Teremos pena da manipulação que sofre até de membros da família, que ele tanto faz pra defender dos crime horrendos que eles cometem. Quem vai pegar os culpados de tantos crimes?

Quem vai pagar pelas vidas perdidas e sonhos arrasados? Quando vamos ver um final menos trágico desta História? Quando vai terminar esta Triste história de um capitão da reserva? #ForaBolsonaroEseuBandodeCriminosos

Tô impressionado com as boas relações entre as pessoas do desgoverno. Têm muita competência pra enganar e furtar. Precisa filiar-se a que partido pra fazer parte? Quero saber pra não me filiar com bandidos. #ForaBolsonaroEseuBandodeCriminosos

Estes são 6 mais recentes anunciados. Tem muito mais de onde vieram estes. Já dá pra escrever uma “bíblia” sobre o j. Messias. b. Tá quase no após-calypso.

Sejamos honestos. Ele não tem intelecto pra fazer isso nem poder. Pode ser contestado…

É sem dúvida alguma, o mais estranho desgoverno surgido neste século. Não recordo outro q tenha sido tão perverso,tão sarcástico,tão cretino, tão maldoso. Quero crer q logo nos livraremos deles.

Qualquer pessoa sã, idônea, sensata, ética,provida de mínimo bom caráter sabe q já deu. Não queremos mais ficar nas mãos de um ser tão abjeto, tão escroto e cretino. Merecemos um presidente mto melhor do q este. Quedo triste ainda. Mas creio em dias melhores. Somos Resistência.

Creio q no momento estão levantando as chamas, pondo mais carvão na fogueira. O gabinete do crime provoca alucinações no não-presidente para que ele seja mais repudiado e massacrado. Faz coisas inimagináveis até para um animal irracional. Atitudes repulsivas é pouco.

Prepara sua própria cova.Mostra total dependência de seus senhores. Dá mil motivos p/ ser censurado, indiciado, julgado e condenado. Seus guias querem-no arrasado, acabado, deposto ou até morto. Não sabemos ao certo. Querem-no sumido, pode se tornar um perigoso contra seus guias.

Já foi tachado de louco, criminoso, psicopata.