2020 ACABOU. PARECE QUE NUNCA EXISTIU. FOI CRUEL, INJUSTO E TERRÍVEL. IMPEDIU QUE PUDÉSSEMOS COMPARTILHAR O MESMO ESPAÇO, O MESMO AR E AS DIVERSAS LIÇÕES QUE QUERÍAMOS APRENDER.
FEZ-NOS TRISTES E QUASE IMPOTENTES. LEVOU EMBORA TANTA GENTE. ERGUEU MUROS E DERRUBOU PONTES. IMPEDIU QUE NOSSOS OLHARES SE CRUZASSEM, QUE NOSSAS VOZES FOSSEM OUVIDAS, QUE NOSSOS CORPOS SE TOCASSEM.
2020 FOI AQUELA SURPRESA INDESEJADA, AQUELA DOENÇA INSENSÍVEL, AQUELE ABRAÇO DE URSO, AQUELE BEIJO DA VIÚVA NEGRA. AQUELE VENENO DOCE ENGANADOR.
APESAR DE TUDO, SOBREVIVEMOS. LUTAMOS, CRESCEMOS, VENCEMOS. APRENDEMOS ALGUMAS COISAS IMPORTANTES. SENTIMOS, PERDEMOS, CHORAMOS, SORRIMOS.
CAMINHAMOS PRA FRENTE, ENXERGAMOS NOSSOS INIMIGOS, RECONHECEMOS NOSSOS AMIGOS, CONSTRUÍMOS ALGO. NÃO FICOU TUDO PERFEITO, MAS DEU PRO GASTO. SOMOS FORTES, RESISTENTES E TEMOS VALOR.
MESMO QUE O TEMPO PASSE, NOSSA MEMÓRIA FIQUE FRACA, QUE NÃO LEMBREMOS NOSSOS NOMES, NOSSAS NOTAS, NOSSAS CERTAS LIÇÕES NEM NOSSOS SOFRIMENTOS. SABEREMOS QUE LUTAMOS E VENCEMOS.
CADA UM DE NÓS TEM UMA IMPORTÂNCIA IMENSA. SE ENTENDERMOS ISSO, JÁ BASTA PRA CONTINUAR A JORNADA. SOMOS BILHÕES DE CAMINHOS, SOMOS BILHÕES DE VONTADES. UNS CAMINHOS SE CRUZAM, SE TOCAM, SE AJUDAM. OUTROS NUNCA CONHECEREMOS.
VAMOS AMAR MAIS E ODIAR MENOS, BEM POUCO. PELO MENOS DEVEMOS TENTAR. SENTIREMOS SAUDADES DO QUE NÃO VIVEMOS. SENTIREMOS VONTADE DE VIVER E PODEREMOS. CADA SEGUNDO NA NOSSA VIDA É IMPORTANTE. TENTAREMOS VIVER CADA SEGUNDO DA MELHOR FORMA POSSÍVEL.
TENTAREMOS VIVER E SER MAIS FELIZES. BEIJOS E ABRAÇOS. QUEREMOS E PRECISAMOS.
Hoje eu quero a rosa mais linda que houver E a primeira estrela que vier Para enfeitar a noite do meu bem
Hoje eu quero paz de criança dormindo E abandono de flores se abrindo Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando Quero ternura de mãos se encontrando Para enfeitar a noite do meu bem
Ah, eu quero o amor, o amor mais profundo Eu quero toda beleza do mundo Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando Quero ternura de mãos se encontrando Para enfeitar a noite do meu bem
Ah, como este bem demorou a chegar Eu já nem sei se terei no olhar Toda pureza (ternura) que eu quero lhe dar
ELIS REGINA E ADONIRAN BARBOSA – TIRO AO ÁLVARO
De tanto levar frechada do teu olhar Meu peito até parece sabe o quê? Tábua de tiro ao Álvaro Não tem mais onde furar
De tanto levar frechada do teu olhar Meu peito até parece sabe o quê? Táubua de tiro ao Álvaro Não tem mais onde furar
Teu olhar mata mais do que bala de carabina Que veneno estricnina Que peixeira de baiano Teu olhar mata mais que atropelamento de automóver Mata mais que bala de revórver
De tanto levar frechada do teu olhar Meu peito até parece sabe o quê? Táubua de tiro ao Álvaro Não tem mais onde furar
De tanto levar frechada do teu olhar Meu peito até parece sabe o quê? Táubua de tiro ao Álvaro Não tem mais onde furar
Teu olhar mata mais do que bala de carabina Que veneno estricnina Que peixeira de baiano Teu olhar mata mais que atropelamento de automóver Mata mais que bala de revórver
Nos dias 30 e 31 de Outubro de 2021 (sábado e domingo), às 16:00, o grupo Rainhas do Radiador apresenta o espetáculo “Raiow Rainhas” no Facebook do Teatro João Caetano (www.facebook.com/teatropopularjoaocaetano), que fica na Vila Mariana, São Paulo.
Foto Ricardo Avellar
Com personagens extravagantes e inusitados e seus números de habilidades que exaltam a potência presente em todo ser humano, “Raiow Rainhas” subverte o que seria motivo de submissão, vergonha, exclusão, para que se tornem a potência máxima de um show criativo e muito divertido.
As protagonistas deste show espetacular são figuras excêntricas do circo consideradas fora dos padrões “normais”, como a Mulher Centopéia, uma cantora de ópera com muitos braços, e as trigêmeas SimSalaBim, que realizam truques de arrepiar os cabelos, como o da mulher cortada ao meio.
No anunciado e tão esperado número da Luta Livre, o palco se transforma em ringue para que as lutadoras “Diamante Negro, a Jóia Rara do Nilo”, “Princesinha Dourda” e “Miranda Caminhoneira, o terror das estradas”, disputem o Cinturão de Ouro Raiow Rainhas.
Unindo palhaçaria, música, mágica e técnicas circenses como as acrobacias de solo, portagem em dupla ou trios e luta livre, as Rainhas do Radiador trazem para o palco uma brincadeira com os antigos “Circos de Parque” com figuras pouco convencionais, atualizando o contexto para re-identificar os atuais “excluídos” e “rejeitados” da nossa sociedade.
“O espetáculo valoriza o protagonismo dessas figuras consideradas impróprias. Ao contrário do que ocorre constantemente na sociedade, agora elas tomam a cena, tornando-se protagonistas de suas histórias e senhoras de seus destinos, dialogando diretamente com a realidade das crianças e jovens público alvo do projeto”, comentam as Rainhas do Radiador.
Com direção de Geisa Helena, da Trupe Koscowisck, o espetáculo é inspirado em figuras que fizeram história no circo, porém nunca tiveram este lugar de importância devidamente reconhecido. É o caso das mulheres da Luta Livre, modalidade que ficou mundialmente conhecida nos anos oitenta por misturar encenação teatral, combate e circo, porém com pouca visibilidade para a versão feminina.
O coletivo Rainhas do Radiador, que é formado por duas palhaças LGBTs e uma negra, pesquisa a comicidade física feita por mulheres. Através de esquetes, acrobacias e cenas clássicas, as artistas usam de suas excentricidades e irreverência, não apenas para colocar mulheres dissidentes da norma em foco, mas também questionar a ausência e até o apagamento histórico de tantas outras figuras.
Com a temática de trazer para a cena o protagonismo de figuras apagadas da sociedade e da história das artes (como as mulheres que lutavam em circo, figuras femininas excêntricas, pessoas que divergem da norma por alguma característica, entre outras) a peça “Raiow Rainhas” questiona, de forma bastante cômica, o status quo das mulheres dentro do circo (principalmente negras e LGBT).
Fundado em 2017, o coletivo é formado por Loi Lima, Aline Hernandes e Ana Pessoa, e além do circo presencial, atua com produções audiovisuais, tendo lançado recentemente três webséries em parceria com o SESC-SP: “Heroínas: Trajetórias Mitológicas de uma Quarentena”, “Conhecendo o Circo” e “Hoje tem circo, tem sim senhor(a)!”.
Tem em seu repertório os espetáculos A Andarilha, Quizumba e se prepara para estrear o espetáculo Raiow Rainhas, baseado na Luta Livre, modalidade que ficou popularmente conhecida no Brasil na década de 80 graças ao programa Gigantes do Ringue, apresentado pelo lutador profissional Michel Serdan, com quem o coletivo realizou treinamento específico sobre a técnica.
A ação faz parte do projeto Rainhas do Radiador contemplado na 5ª edição da Lei de Fomento ao Circo, da Secretaria de Cultura de São Paulo.
Sinopse: Raiow Rainhas! O circo chegou trazendo as atrações mais espetaculares do momento. Você não pode perder as finais do campeonato de Luta Livre, as canções da Mulher Centopéia, as mágicas e ilusionismos das trigêmeas SimSalaBim, e muito mais! Quem ficava de fora, agora ocupa o centro do picadeiro e promete abalar as estruturas com toda sua potência e irradiação!
Quando: 30 e 31 de outubro de 2021 (sábado e domingo)
Ogrupo de São Paulo As Trapeiras, que atua com o empoderamento das mulheres através da arte, acaba de lançar o portal www.astrapeiras.com, uma plataforma virtual de visibilidade para mulheres cis e trans.
Além de compartilhar seu histórico, repertório, projetos e o currículo das artistas, o grupo reúne informações pertinentes ao combate à violência de gênero, textos de inspirações para o autocuidado e incentiva o apoio ao trabalho realizado por mulheres que passam ou passaram por violência doméstica.
O site também conta com um espaço dedicado a uma loja virtual com temática feminista para que as pessoas possam colaborar com o trabalho do Coletivo.
O portalwww.astrapeiras.comé dividido em tópicos começando pelo histórico do Coletivo As Trapeiras, que vem fazendo um trabalho aprofundado e contínuo com as mulheres frequentadoras dos Serviços de Atendimento à Mulher.
Em “Repertório” é possível encontrar os detalhes, informações técnicas e fotos de cada um dos projetos cênicos do grupo, como as contações de histórias “Por Preço de Autoridade”, “Vasalisa” e “Jurema”, o espetáculo teatral “Tramarias” e sua adaptação “Tramarias: libertando-se das tramas”, além das Oficinas “Fortalecendo Mulheres”.
Na aba “Contrate-nos” o grupo disponibiliza informações sobre os produtos artístico-pedagógicos com os quais utiliza a arte como ferramenta de transformação social e também meios para auxiliar na sustentabilidade do Coletivo.
No site também é possível ter acesso a Lojinha d’As Trapeiras, inaugurada no último mês, com produtos utilitários (camisetas, canecas, adesivos, bottons, marca-páginas e bandanas) com artes exclusivas da ilustradora oficial do grupo, Helena Ariano e diagramação da Designer Gráfico Thais da Silva Ribeiro. A loja objetiva gerar recursos para as artistas do coletivo enquanto inspira à transformação, luta social e combate à violência doméstica.
Em “Mídias e Textos” são disponibilizadas publicações de autoria de mulheres que fizeram e fazem parte do grupo, o clipping na imprensa, vídeos e links das Redes Sociais para as pessoas interessadas em acompanhar o cotidiano e as ações do coletivo, além de informações de utilidade pública para o combate a violência de gênero.
Através deste portal, na aba “Contrate Mulheres”, o grupo também oferece fortalecimento e divulgação gratuito dos Currículos de mulheres – cis e trans – que já participaram das ações das Trapeiras e/ou que tenham interesse em se integrar a essa rede de conexões.
Finalizando o tour no Portal, está disponível o ícone “Apoie”, mais uma forma de colaborar com o trabalho deste coletivo que, até Dezembro deste ano, está em processo de Captação de Recursos para realização do projeto “Histórias de Cravo e Rosa”, que será viabilizado através do PROMAC – Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais – Pro-Mac. O projeto já conta com a intenção de apoio de Paulo Tatit, do Palavra Cantada, pois é destinado a pessoas a partir de 10 anos.
“Como forma de colocar em prática a frase ‘Juntas somos mais fortes’, promovemos espaços de segurança, fala e escuta acolhedora, utilizando ferramentas da Arte e Educação, e expandindo também para o meio virtual através do Site, divulgando a mão-de-obra feminina”, dizem As Trapeiras.
O coletivo As Trapeiras foi fundado em 2015 por Sabrina Motta, Jessica Duran e Ivy Mari Mikami. Já contou com as artistas Carol Doro, Patrícia Silva, Marina Afarez, Cecília Botoli, e atualmente é integrado pelas artistas plurais Amabile Inaê, Ivy Mari Mikami e Verónica Gálvez Collado.