THE CLASH, ADONIRAN BARBOSA E RAUL SEIXAS
Monthly Archives: novembro 2022
FOO FIGHTERS – WALK
FOO FIGHTERS – WALK

CAMINHE (atento a quem anda ao seu lado)
O vídeo inicia-se com o tráfego parado. Aparece Grohl no carro com expressão de insatisfação. O som do rádio indicando complicações, o som das buzinas, do helicóptero em voo, colaboram para manter o ambiente bem conturbado. Os sons que nos atormentam diariamente.
Grohl vê um garoto no carro da frente, vê placas e adesivos que remetem a situações incômodas para ele: Justin Bieber, “thanks president Bush”,”ColdPlay”. Ouve mais buzinas. Vê um cidadão cuspir, vê um adesivo “ hotie on board” em um carro onde outro cidadão retoca o batom, dando a entender que ele se sente muito sexy. Aparece um casal feliz dentro de outro carro. Mais buzinas soam. O garoto em um carro a frente do seu mostra o dedo do meio, uma clara agressão. O fato de ser um garoto indica que coisas ruins são ensinadas desde a infância.
Tudo isso até agora representa tudo que incomoda Grohl. Por extensão, tudo que incomoda muitas pessoas em um bairro, uma cidade, um país e quiçá um mundo. As pessoas que aparecem no vídeo até agora são pessoas que incomodam, mas não se incomodam com seu entorno. Têm expressões felizes ou alheias. Uns incomodam por prazer. Outros talvez nem se deem conta disso.
Vemos muitos carros parados. As buzinas soam incessantemente. Significam um pedido de socorro para o caos e ao mesmo tempo aumentam a sensação de distúrbio. São sons insistentes e perturbadores. Poluição sonora em abundância. O olhar no relógio indica preocupação com algum compromisso marcado ou simplesmente a vontade de estar em algum lugar tranquilo e livre da confusão. Os gritos ouvidos juntam-se ao som das buzinas para aumentar a poluição sonora e o incômodo. O ajeitar da gravata representa a tentativa de se distanciar das responsabilidades que ela indica. Grohl tem muitas razões para estar insatisfeito. Certamente ele mostra uma preocupação que atinge muitas pessoas no mundo moderno, no mundo atual.
Neste ponto do vídeo vemos uma reação de Grohl ao caos que lhe foi imposto. Ele sai do carro, carrega sua guitarra e sai caminhando no meio da rua, entre os carros. Parece não se importar mais com a situação nem com os outros que estão no trânsito parado. Há um ambiente invisível de vitória diante do caos. Um motorista reclama do abandono do carro.
Grohl caminha na ponte, tenta fazer uma ligação com o celular. Parece que o celular não colaborou. Foi descartado sumariamente sem direito a defesa. Grohl entra em uma loja para telefonar. É um telefone que aceita moedas para funcionar. Ele não tem moedas. Tenta acordo com o dono da loja para usar as moedas disponíveis. O dono rejeita e ataca Grohl com um desentupidor. Leva o revide. Grol furta as moedas. Porém, não consegue fazer a ligação. Não havia telefone disponível. Ironicamente, podemos ver uma propagada de celulares na cabine. David derruba a cabine e vai embora.
Grohl entra em uma lanchonete, compra um combo de lanche. Ao receber o lanche, ele mostra insatisfação com a propaganda enganosa e o mau atendimento. Revoltado ele agride o atendente. Lembremos que ele já agrediu o atendente da outra loja. Grohl é uma pessoa civilizada. Sua agressividade nasce da violência que a vida moderna impõe. Podemos concluir que também da ausência de ensinamentos que auxiliem na defesa contra a agressividade. Faltam lições que diminuam o impacto das agressões que sofremos diariamente. Muitas delas nem percebemos como violência.
Grohl segue seu caminho. Pisa no cocô de cachorro. Claro que fica inconformado. Senta-se em um banco para limpar os sapatos. Havia uma placa “curb your dog” (Vigie seu cão). O aviso não adiantou. De quem é a responsabilidade de limpar o cocô do cão? O animal não sabe usar o vaso sanitário nem age como gato. É um fato simples, mas que leva a outros mais complexos. O que fazer com o lixo que produzimos diariamente? Como escolher os melhores candidatos para nos governar? Como aprendemos a respeitar a diversidade? Como cuidamos do meio-ambiente? Como respeitamos as culturas alheias?
Não bastasse o cocô no sapato, Grohl é vítima de uma tentativa de assalto. Felizmente pra ele, ele luta uma arte marcial que o ajuda a defender-se. Ele derruba um dos assaltantes, que cai de boca no cocô do cãozinho. O outro assaltante tem medo e faz xixi nas calças. Sai correndo.
Resoluto e inabalável, o músico anda por um campo de golfe e novamente usa de violência para safar-se de uma situação ruim. Toma uma bolada. Fica chateado e põe os golfistas pra correr. Depois lança o carrinho em um lago.
Este é um vídeo realmente muito interessante. É angustiante, é hilário, é preocupante. Toda a situação pontual lança ao espectador um conjunto de situações cotidianas que causam transtornos, dores, preocupações e resultados negativos. Percebemos isto? Entendemos isto? Sabemos nosso lugar neste ambiente?
O clipe encaminha-se para um final feliz ou catastrófico? Quem viu o clipe sabe a resposta. No início não sabíamos, mas Grohl estava indo para um ensaio com a banda. Indo para o seu trabalho. Muitos de nós sabemos como são nossos caminhos para o trabalho. Passamos sufoco, somos assediados, pagamos caro, muitos apertos e sons cruéis. Longo tempo pra chegar, pra voltar pra casa. Entendemos o que sentiu Grohl nesta aventura.
Para concluir: Depois de tudo, imaginando ter um pouco de sossego apesar de ser perseguido pela polícia, Grohl chega no trabalho, um galpão, onde encontra os companheiros de banda. Iniciam o ensaio. Não demora muito, entram os policiais. Prendem de forma agressiva o músico. Usam arma de choques, algemas e muita força. Grohl se vê totalmente indefeso. Nem seus amigos de banda tentam defendê-lo. Ele faz sinais, mas é ignorado.
Seus companheiros de banda interagem felizes e amistosos com os policiais dentro do galpão de ensaios. Tiram fotos, manuseiam as armas, sorriem. Aparecem plenamente satisfeitos com a ação dos policiais. Parecem não entender o que aconteceu ou não se incomodam com a situação.
The Rolling Stones And Raul Seixas
The Rolling Stones And Raul Seixas
Vasco faz parceria com Observatório da Discriminação Racial para série de ações na luta contra o racismo
Vasco faz parceria com Observatório da Discriminação Racial para série de ações na luta contra o racismo

O Vasco, mais uma vez, fez jus ao seu histórico de luta contra todos os tipos de discriminação. Nesta quinta-feira (18), dia de combate ao racismo, o Cruz-Maltino anunciou uma parceria com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol para uma série de ações na luta contra o racismo. As atividades vão envolver atletas, funcionários e comunidade vascasína.
Em nota, o Vasco afirmou que o objetivo da parceria é honrar sua história e se manter, no presente, como grande aliado na luta contra o racismo, contando com o Observatório Racial para organizar ações de combate ao racismo mobilizando atletas, torcedores e funcionários” do Cruz-Maltino.
O Vasco, junto com o Observatório, vai promover ações educativas e preventivas, como novos treinamentos para funcionários, seguranças, atletas e comunidade, elaboração de manual antirracista e previsão de sanções para práticas racistas no código de conduta ética do clube. Além disso, o Cruz-Maltino se comprometeu a reforçar sua comunicação nas redes sociais do clube para a conscientização sobre o assunto.

Recentemente, o Vasco teve outras ações de combate ao preconceito. Em agosto, durante o Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol, o presidente Jorge Salgado entregou à CBF um documento com propostas de combate ao racismo e qualquer tipo de discriminação. Antes, em junho, o Cruz-Maltino criou a “Honraria Pai Santana”, uma medalha para homenagear as pessoas que contribuem para uma sociedade antirracista e igualitária.
fonte: Geledés
Próximo encontro “Lá em Casa” do Grupo Zumb.boys terá Uma Luiza, Mafê e Lilian Martins
O Grupo Zumb.boys está realizando uma temporada juntando artistas de diferentes linguagens para trocar, criar e se apresentar em conjunto na laje da casa do diretor Márcio Greyk, propondo também um pensar coletivo sobre as possibilidades de produção cultural na área da dança.

O próximo encontro da temporada “Lá em Casa” acontece no sábado, dia 19 de novembro, na Rua Araracanga, 350 B – Cidade Antônio Estevão de Carvalho, em São Paulo, às 19h00, com a participação de Uma Luiza, Mafê e Lilian Martins. Os ingressos custam a partir de R$ 10,00 (valor mínimo de contribuição) e podem ser adquiridos no momento da entrada em dinheiro ou PIX.
O encontro será entre Lilian Martins, que é artista da dança, bailarina intérprete-criadora e produtora cultural, formada pelo projeto de dança Núcleo Luz, e integrante das companhias Gumboot Dance Brasil, Clarín Cia de Dança, grupo Colocar de Pé e Projeto Turmalinas Negras; Uma Luiza que é cantadeira e poeta e Mafê, que é artista não binárie, violinista, circense, capoeirista, breaker, atua em artes ciências e no ensino de violino, além de ser integrante da Companhia Pirata de teatro infantil. Na música popular, foi violinista do “O Teatro Mágico”, Teko Porã e Cia Pic Nic.
Criada inicialmente em 2014, em um formato de bate-papo sobre o fazer artístico em dança e a produção cultural, a atividade “Lá em casa” é um exercício para fomentar uma nova relação com o público, a partir de um “encontro em arte”.
Mas além dos encontros e partilhas cênicas, o desenvolvimento desta ação é uma aposta do Grupo Zumb.boys para a construção de um ambiente diferente, tanto pelo ineditismo do lugar escolhido (a laje de uma casa), tanto pela discussão contida no porquê de desenvolver essa ação neste formato.
Durante os encontros pretende-se também fomentar a ideia de compreensão da dança como um lugar de responsabilidade coletiva: “Se eu desejo que aquilo permaneça/exista, como desenvolvo caminhos para e pela existência deste fazer? Manter a continuidade dos coletivos é conseguir pensar outras estratégias para somar nas já existentes na cidade. Compreender isso hoje é de extrema importância para despontar novos passos”, comenta o grupo.
“Queremos levantar uma discussão sobre o que estamos fomentando como grupo e como podemos estimular a criação de contextos para ter um público que se permite assistir dança e, ainda que com um valor baixo ou simbólico, possam pagar por sua apreciação. Acreditamos que a realização desta atividade, possa ser provocadora para respirar uma mudança que gostaríamos de fomentar em relação ao público, que perceba a importância de investir para assistir dança”, finaliza o grupo.
A temporada “Lá em casa” faz parte do projeto “Solos de Laje” contemplado na 31ª Edição do Programa de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo, com o qual o grupo dá continuidade à pesquisa e segue buscando caminhos de valorização do protagonismo periférico e das culturas marginais.
Sobre o Grupo Zumb.boys
O Grupo Zumb.boys foi criado em 2003 na periferia de São Paulo, com bailarinos que possuem diferentes históricos na dança, participando do processo criativo de importantes companhias. O grupo tem como base de pesquisa da sua criação e dos seus trabalhos, a dança breaking.
Em 2016, com o espetáculo “O que se Rouba” recebeu o Prêmio Denilto Gomes 2016, da Cooperativa Paulista de Dança, nas categorias Produção em Dança e Melhor Designer de Luz. E “Dança por Correio” foi eleito Melhor Espetáculo (Não Estreia) pela APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes.
Em 2017, foi indicado ao Prêmio APCA como Melhor Espetáculo, por “O que se Rouba” e vencedor na categoria Melhor Intervenção Urbana do Prêmio Denilto Gomes 2017, com “Mané Boneco”.
Mais informações: facebook.com/grupozumbboys e @zumb.boys
SERVIÇO: Temporada “Lá em Casa”
Com Grupo Zumb.boys e participações especiais
Ingressos: R$ 10,00 (valor mínimo de contribuição – paga no momento da entrada em dinheiro ou PIX)
Onde: Rua Araracanga, 350 B – Cidade Antônio Estevão de Carvalho – CEP 08223-180 – São Paulo – SP
Quando: 19 de novembro de 2022 (sábado) – Horário: 19h00
Encontro com participação de Uma Luiza, Mafê e Lilian Martins
Último encontro
Quando: 03 de dezembro de 2022 (sábado) – Horário: 19h00
Encontro com participação de Pedro Peu e Moisés Matos
Pedro Peu: Capoeirista, dançarino, compositor, percussionista popular. Baiano de Feira de Santana (BA), iniciou na capoeira na década de 80. Vivendo em São Paulo desde 1989, fez parte de vários grupos artísticos, movimentos culturais e sociais, destacando o grupo Okum de danças afro-brasileiras e o Grupo de União e Consciência Negra (GRUCOM). Atualmente trabalha como preparador corporal de coletivos de dança e teatro. Mestre do Centro de Capoeira Angola Angoleiro Sim Sinhô, idealizador e fundador do Centro de Cultural e Arte Batakerê, ambos na Zona Leste-SP.
Moisés Matos: É professor, coreógrafo e intérprete-criador com formação em dança no Núcleo Luz e ETEC de Artes. Diretor do Mó Missão Dance. Integra as Companhias; Setes Companhia de Dança, Gumboot Dance Brasil e Conceito Urbano.
Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini – Cel: (11) 99568-8773 – luciana.gandelini@gmail.com