22 dias de Dilma Roussef no Doi-Codi – 16

22 dias de Dilma Roussef no Doi-Codi (parte 16 e última)

Luís Cláudio Cunha

 

GUERRA NAS ESTRELAS

O Exército nega a tortura que a comandante suprema sofreu

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O Exército do general Enzo Martins Peri, subordinado à presidente Dilma Rousseff, acaba de negar oficialmente qualquer tortura praticada no antigo DOI-CODI da rua Tutóia, em São Paulo, onde a guerrilheira Dilma Rousseff foi torturada em 1970 pelo Exército do general Orlando Geisel, subordinado ao presidente Garrastazú Médici.

E agora? Quem diz a verdade? Quem está mentindo?

Mente a presidente da República, comandante suprema das Forças Armadas, ou mente o Exército, a força militar mais poderosa da América Latina, com 220 mil homens e a maior concentração de blindados (2.000 tanques, 500 deles pesados) do continente?

O Exército da democracia de 2014 informou à Comissão Nacional da Verdade (CNV), em junho passado, que não houve torturas nos cinco mais notórios centros de truculência do Exército da ditadura de 1970.

Da lista faz parte o afamado Destacamento de Operações de Informações do II Exército, em São Paulo, localizado no endereço que é o símbolo maior da violência militar instaurada com o golpe de 1964: o DOI-CODI da rua Tutoia.

No ofício 6749 enviado à CNV, o ministro da Defesa, Celso Amorim, baseado na sindicância de 42 páginas firmada pelo comandante do Exército, general Peri, reafirma ao país que não houve qualquer desvio ou abuso nas instalações geridas pela força terrestre no regime militar de 1964-1985.

Nem mesmo no sangrento DOI-CODI onde morreram 51 pessoas, segundo a CNV e conforme documentos confidencias do Exército. Por lá passaram 2.541 presos, dos quais 1.001 foram encaminhados depois ao DOPS.

Uma das sobreviventes daquele inferno foi uma guerrilheira da VAR-Palmares, ‘Estela’, codinome de Dilma Rousseff. Pelos acasos da democracia, que revogou a ditadura daqueles tempos, ‘Estela’ hoje é a presidente da República, a quem se subordinam todos os 14 generais de Exército, os 32 de Divisão e os 62 de Brigada da força terrestre, além do comandante Peri e do ministro Amorim, por força dos códigos militares e imposição categórica da Constituição.

Mais do que tudo, todos eles, como qualquer cidadão, se submetem ao jugo da verdade e da lei, que juraram defender. Apesar das oito mortes e 11 casos de tortura relacionados em cinco quartéis diferentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte, o general Peri atestou que não houve ali o “alegado desvio de finalidade” arguido pela CNV — nem mesmo no sangrento DOI da Tutoia.

O ministro e seus generais esqueceram de combinar esta versão com sua comandante, a ex-guerrilheira Dilma, que diz exatamente o contrário. Presa em São Paulo na tarde de 16 de janeiro de 1970, como integrante da VAR-Palmares, foi levada em seguida para a sede do DOI-CODI da Tutoia, ainda agindo sob a grife da temida OBAN, a Operação Bandeirante.

As torturas que sofreu, durante 22 dias, estão transcritas nas páginas 30-31 do processo 366/70 da Auditoria Militar de São, resgatado pelo Projeto Brasil: Nunca Mais. Em junho de 2005, poucas horas antes de trocar a cadeira de ministra das Minas e Energia pela chefia da Casa Civil de Lula, Dilma recordou suas dores num raro desabafo ao repórter Luiz Maklouf Carvalho, da Folha de S. Paulo.

Dilma – “Eu me lembro de chegar na Operação Bandeirante, presa…. Era aquele negócio meio terreno baldio, não tinha nem muro, direito. Eu entrei no pátio da OBAN e começaram a gritar ‘mata’, ‘tira a roupa’, ‘terrorista’, ‘filha da puta’, ‘deve ter matado gente’… E lembro também perfeitamente que me botaram numa cela.

Uma porção de mulheres. Tinha uma menina grávida que perguntou meu nome. Eu dei meu nome verdadeiro. Ela disse: ‘Xi, você está ferrada’. Foi o meu primeiro contato com o esperar. A pior coisa que tem na tortura é esperar, esperar para apanhar. Eu senti ali que a barra era pesada. E foi. Também estou lembrando muito bem do chão do banheiro, do azulejo branco. Porque vai formando crosta de sangue, sujeira, você fica com um cheiro…

Por onde a tortura começou?

Dilma – Palmatória. Levei muita palmatória.

Quem batia?

Dilma – O capitão Maurício sempre aparecia. Ele não era interrogador, era da equipe de busca. Dos que dirigiam, o primeiro era o Homero, o segundo era o Albernaz. O terceiro eu não lembro o nome. Era um baixinho. Quem comandava era o major Waldir [Coelho], que a gente chamava de major Linguinha, porque ele falava assim [com língua presa].

Quem torturava?

Dilma – O Albernaz e o substituto dele, que se chamava Tomás. Eu não sei se é nome de guerra. Quem mandava era o Albernaz, quem interrogava era o Albernaz. O Albernaz batia e dava soco. Ele dava muito soco nas pessoas. Ele começava a te interrogar. Se não gostasse das respostas, ele te dava soco. Depois da palmatória, eu fui pro pau-de-arara.

Dá pra relembrar?

Dilma – Mandaram eu tirar a roupa. Eu não tirei, porque a primeira reação é não tirar, pô. Eles me arrancaram a parte de cima e me botaram com o resto no pau-de-arara. Aí começou a prender a circulação. Outro xingou não sei quem, aí me tiraram a roupa toda. Daí, depois me botaram outra vez [no pau-de-arara].

Com choques nas partes genitais, como acontecia?

Dilma – Não. Isso não fizeram. Mas fizeram choque, muito choque, mas muito choque. Eu lembro, nos primeiros dias, que eu tinha uma exaustão física, que eu queria desmaiar, não aguentava mais tanto choque. Eu comecei a ter hemorragia.

Onde eram esses choques?

Dilma – Em tudo quanto é lugar. Nos pés, nas mãos, na parte interna das coxas, nas orelhas. Na cabeça, é um horror. No bico do seio. Botavam uma coisa assim, no bico do seio, era uma coisa que prendia, segurava. Aí cansavam de fazer isso, porque tinha que ter um envoltório, pra enrolar, e largava. Aí você se urina, você se caga todo, você…

Quanto tempo durava uma sessão dessas?

Dilma – Nos primeiros dias, muito tempo. A gente perde a noção. Você não sabe quanto tempo, nem que tempo que é. Sabe por quê? Porque para, e quando para não melhora, porque ele fala o seguinte: “Agora você pensa um pouco”. Parava, me retiravam e me jogavam nesse lugar do ladrilho, que era um banheiro, no primeiro andar do DOI-CODI. Com sangue, com tudo. Te largam. Depois, você treme muito, você tem muito frio. Você está nu, né? É muito frio. Aí voltava. Nesse dia foi muito tempo. Teve uma hora que eu estava em posição fetal.

Dá pra pensar em resistir, em não falar?

Dilma – A forma de resistir era dizer comigo mesmo: “Daqui a pouco eu vou contar tudo o que eu sei”. Falava pra mim mesmo. Aí passava um pouquinho. E mais um pouco. E aí você vai indo. Você não pode imaginar que vai durar uma hora, duas. Só pode pensar no daqui a pouco. Não pode pensar na dor.

A sra. aguentou?

Dilma – Eu aguentei. Não disse nem onde eu morava. Não disse quem era o Max [codinome de Carlos Franklin Paixão de Araújo, então seu marido]. Não entreguei o Breno [Carlos Alberto Bueno de Freitas], porque tinha muita dó. […] as razões que levam a gente a não falar são as mais variadas possíveis.

Quais foram as suas?

Dilma – Tinha um menino da ALN que chamava ‘Mister X’. Eu o vi completamente destruído. Não sei o que foi feito dele. Nunca vou esquecer o quadro em que ele estava. Primeiro, eu não queria que meus companheiros estivessem numa situação daquelas. Segundo, eu tinha medo que algum deles morresse. Terceiro, porque teve um dia que eu tive uma hemorragia muito grande, foi o dia em que eu estive pior. Hemorragia, mesmo, que nem menstruação. Eles tiveram que me levar para o Hospital Central do Exército. Encontrei uma menina da ALN. Ela disse: “Pula um pouco no quarto para a hemorragia não parar e você não ter que voltar”.

Palmatória, pau-de-arara, choque. O que mais?

Dilma – Não comer. O frio. A noite. Eles te botam na sala e falam: “Daqui a duas horas eu volto pra te interrogar”. Ficar esperando a tortura. Tem um nível de dor em que você apaga, em que você não agüenta mais. A dor tem que ser infligida com o controle deles. Ele tem que demonstrar que tem o poder de controlar tua dor.

Dilma ignorava na época o que a Comissão Nacional da Verdade hoje já conhece: nome, sobrenome e posto de seus torturadores. O então major do Exército Waldyr Coelho, como primeiro comandante da OBAN, ocupava uma sala no primeiro andar do prédio. Homero César Machado, capitão de Artilharia do Exército, era o chefe da Equipe B de interrogatório do DOI-CODI. O chefe da Equipe A, Benoni de Arruda Albernaz, era o pior de todos, como lembra bem Dilma Rousseff.

Também Capitão de Artilharia, Albernaz justificava a fama: “Ele era o mais violento e o mais doente de todos. Andava com um pedaço de viga de madeira na mão e quando passava nos corredores ia batendo nos presos. Não precisava de sala ou interrogatório para torturar. Ele era o exemplo do diabo”, contou o jornalista e ex-militante da ALN Celso Horta, que passou pelo pau-de-arara da Tutóia.

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“Era um homem terrível, o torturador mais famoso da OBAN naquela época”, completa o advogado Carlos Franklin de Araújo, ex-guerrilheiro da VAR-Palmares e ex-marido de Dilma, que dividiu com ela os suplícios da tortura em São Paulo.

No perfil feito pelo repórter Thiago Herdy para O Globo em 2012, Albernaz é descrito como o capitão que “tinha 37 anos, sobrancelha arqueada, riso de escárnio e fazia juras de amor à pátria enquanto socava e quebrava os dentes da futura presidente do Brasil, Dilma Rousseff, na época com 22 anos”.

Apesar da violência em janeiro de 1970, Albernaz ganharia dez meses depois o seguinte elogio em folha de seu comandante, o major Linguinha Coelho: “Oficial capaz, disciplinado e leal, sempre demonstrou perfeito sincronismo com a filosofia que rege o funcionamento do Comando do Exército: honestidade, trabalho e respeito ao homem”. Consolava seus torturados com uma frase inquestionável: “Quando venho para a OBAN, deixo o coração em casa”.

Um pouco mais do desalmado Albernaz se soube quando Dilma abriu o coração em 2001, ainda secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul, para um sentido depoimento à comissão de Minas Gerais que trata de indenizar vítimas da ditadura. A durona Dilma chorou diante do jovem filósofo Robson Sávio, que a entrevistava, ao lembrar do inferno que viveu no DOI-CODI de São Paulo e que reviveu no quartel da 4ª

Companhia da Polícia do Exército (PE) em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, para onde foi transferida em 1972. Era um detalhe desconhecido para o Brasil, até ser revelado em meados de 2012 pela repórter Sandra Kiefer, do jornal Estado de Minas, ao descobrir o desabafo de Dilma numa caixa de papelão perdida entre 700 processos de presos políticos em uma sala do quinto andar de um prédio no centro de Belo Horizonte, onde funciona o Conselho de Direitos Humanos de MG.

Ali, Dilma revela pela primeira vez ter levado socos no maxilar na sua estadia mineira. “Minha arcada girou para o outro lado, me causando problemas até hoje, problemas no osso do suporte do dente. Me deram um soco, o dente se deslocou e apodreceu”, contou a secretária do então governador Olívio Dutra (PT), nove anos antes de se tornar presidente e comandante das Forças Armadas que negam as torturas.

Para combater a dor provocada pelo soco no maxilar, tomava Novalgina em gotas na prisão mineira. Quando voltou para o cárcere em São Paulo, o problema acabou: “O Albernaz completou o serviço com outro soco, arrancando meu dente”, contou.

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Albernaz deixou o DOI-CODI no início de 1971. Teve a matrícula recusada três vezes no curso de operações na selva. Foi transferido para o interior do Rio Grande do Sul. Em março de 1974 foi internado em Porto Alegre, vítima de envenenamento. Foi denunciado cinco vezes por fazer dívidas com recrutas e não pagar.

Ao delegado que investigou o caso, mostrou a arrogância dos tempos de terror: “Sou amigo íntimo do presidente da República , foi ele [Médici) quem me deu isso” contou, mostrando a pistola Smith&Wesson. Ainda se vangloriava de ser o número 2 da lista de torturadores do país.

O número 1 era o seu chefe no DOI-CODI da Tutóia, o então major de Infantaria Carlos Alberto Brilhante Ustra. Sem dinheiro para pagar a hipoteca, sofreu quatro ações de execução judicial. O homem que deixava o coração de fora do trabalho sofreu um infarto dentro da casa da namorada, nos Jardins, em São Paulo, em 1992. Chegou morto ao Hospital do Exército que agora o renegava, lembrou o repórter que descreveu a descida de Albernaz ao inferno.

O outro torturador que Dilma, ao contrário do Exército, não esquece, é o capitão do Exército Maurício Lopes Lima. Depois do martírio na OBAN, ela foi transferida para o presídio Tiradentes.

Até que apareceram lá dois militares enviados pelo capitão Maurício, ameaçando um retorno para novas sevícias na Tutóia. Dilma reagiu, perguntando se eles estavam ali com autorização do Poder Judiciário.A resposta do militar resume o deboche daqueles tempos sem lei: “Você vai ver o que é juiz lá na OBAN!…”

Em novembro de 2011, quando a ex-guerrilheira estava prestes a completar seu primeiro ano como presidente da República, o Ministério Público Federal paulista ajuizou ação pública para responsabilizar três oficiais do Exército e um da PM pela morte de seis pessoas e a tortura em outras 20 detidas na OBAN.

O capitão Maurício era um dos denunciados. Um ano depois, com base na Lei da Anistia, montada em 1979 pela própria ditadura para assegurar a impunidade dos agentes que iam trabalhar sem o coração, a Justiça arquivou o caso contra o capitão Maurício.

Ele já tinha um rombudo antecedente. O frei dominicano Tito de Alencar Lima, 24 anos, preso por envolvimento da ordem com a ALN de Carlos Marighella, foi retirado do presídio Tiradentes no início da tarde de 17 de fevereiro de 1970 para ser levado para a OBAN. Acompanhado de outros dois militares, o capitão Maurício avisou Tito: “Você agora vai conhecer a sucursal do inferno!”.

Após sobreviver aos horrores do DOPS do delegado Sérgio Fleury, Tito caiu nas garras infernais da equipe do capitão Maurício. Definhou 14 meses sob as torturas mais diabólicas do sistema repressivo que, segundo diz agora o Exército à CNV, não sofreu nenhum ‘alegado desvio de finalidade’.

Um dos 70 presos trocados em 1971 pelo embaixador suíço Giovanni Bucher, frei Tito andou pelo Chile, Alemanha e Itália. Com o espírito destroçado pelos demônios que viu e sentiu no inferno da repressão, frei Tito só ganhou a paz pelo suicídio, em agosto de 1974, ao se enforcar em uma árvore nos campos de um convento da ordem próximo a Lyon, na França.

Com o cinismo típico dos profissionais da repressão que não ousa dizer seu nome, o capitão Maurício tentou o reconhecimento que Dilma lhe fez como um de seus torturadores: “Ela esteve comigo somente um dia e eu não a agredi, em momento algum”.

Em entrevista ao Portal IG, em 2010, ele fez graça com a desgraça de sua carreira, dizendo que sequer poderia imaginar que veria aquela guerrilheira, um dia, no Palácio do Planalto. “Se eu soubesse naquela época que ela seria presidente, eu teria pedido: ‘Anota meu nome aí. Eu sou bonzinho’”.

Esta parece ser a recomendação seguida, como instituição, pelo Exército, ao ser provocado pela CNV: todos os torturadores, que tiveram seus nomes devidamente anotados, agora parecem ser ‘bonzinhos’.

O repórter LUIZ CLÁUDIO CUNHA, reconhecido como Notório Saber em Jornalismo pela Universidade de Brasília, ganhou projeção ao denunciar, em 1978, o sequestro de uruguaios pela Operação Condor em solo brasileiro. Desde então, ocupou postos de peso na carreira, como a direção em Brasília das sucursais das revistas Veja e IstoÉ e do jornal O Estado de S.Paulo. Quando consultor da Comissão Nacional da Verdade, foi afastado em julho passado por criticar a postura de alguns de seus integrantes e apontar a falta de empenho do ministro da Defesa e dos comandantes do Exército e da Marinha no esclarecimento de crimes da ditadura.

Afinal, onde está a verdade?

A Nação merece, agora, um esclarecimento da principal ocupante do Palácio do Planalto, que um dia circulou como presa pela sucursal do inferno, levou soco na cara, perdeu dente, sofreu hemorragia, passou frio, teve fome e sentiu medo, muito medo.

Nem as conveniências de uma dura campanha eleitoral, que recomenda cautelas à direita e à esquerda, justificam o silêncio e a omissão diante desse grave paradoxo: a testemunha mais notável da tortura imposta pelo regime militar e agora negada pelos generais é justamente a comandante-suprema das Forças Armadas.

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A presidente da República, que viveu na carne e na alma todo o terror da ditadura, precisa esclarecer ao país, enfim, onde está a verdade, que a CNV busca com o empenho que as FFAA não demonstram.

Afinal, presidente Dila, quem está mentindo?

O repórter LUIZ CLÁUDIO CUNHA, reconhecido como Notório Saber em Jornalismo pela Universidade de Brasília, ganhou projeção ao denunciar, em 1978, o sequestro de uruguaios pela Operação Condor em solo brasileiro. Desde então, ocupou postos de peso na carreira, como a direção em Brasília das sucursais das revistas Veja e IstoÉ e do jornal O Estado de S.Paulo. Quando consultor da Comissão Nacional da Verdade, foi afastado em julho passado por criticar a postura de alguns de seus integrantes e apontar a falta de empenho do ministro da Defesa e dos comandantes do Exército e da Marinha no esclarecimento de crimes da ditadura.

Fonte: jornal já

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