Existem muitas opiniões a respeito da greve dos profissionais de TI em São Paulo, que teve início nesta sexta-feira pela manhã. Todas são relevantes e ajudam a compreender as insatisfações que levaram a atitude tão drástica. Sob a ótica de carreira, esse movimento mostra, sobretudo, a força do profissional de TI e seu impacto na sociedade e no mercado de trabalho.
A paralisação escancara alguns pontos sabidos mas negligenciados, tais como:
1) Os baixos salários da categoria;
2) A desigualdade salarial existente na área (alguns poucos ganhando muito bem e a maior parte ganhando muito mal);
3) A carga horária excessiva e sem remuneração compatível;
4) A desinformação da sociedade sobre o verdadeiro papel do profissional de tecnologia;
5) A precária infraestrutura tecnológica das empresas para que os profissionais trabalhem com (pasme!) tecnologia;
6) A inexistência de investimento em treinamentos e melhorias técnicas dos colaboradores da área;
O que se sabe, mas não se valoriza, é que a área de TI – e, consequentemente, seus profissionais – é fundamental para manter diversos setores da sociedade em ordem. Desde hospitais, passando por serviços de telefonia, bancos, educação, aeroportos e até controles de tráfego, sem o profissional de tecnologia nada funciona como deveria e o caos se instala em inúmeras situações cotidianas.
Não se trata de apoiar ou não a greve (todos sabemos das causas e consequências), mas de refletirmos o porquê de ela existir. Assim como muitas esferas do nosso país, é preciso que o setor de TI seja repensado, especialmente no que tange à informalidade contratual que anda prejudicando os profissionais, submetendo-os a um modelo que pode comprometer seu crescimento na carreira. O problema é cada vez mais latente e não parece ter solução a curto prazo: só em 2013, segundo matéria do Olhar Digital, a indústria paulista de TI cortou 2,600 empregos formais.
Fonte: Olhar Digital