A mais bela equação matemática, a identidade de Euler

Compreender exatamente o que é a beleza, e também o que torna algo belo, não é fácil. A beleza não é simplesmente algo agradável que traz felicidade. Afinal, coisas tristes podem ser belas. “A experiência da beleza também está presente na dor”, aponta Zeki. Pense na obra Pietà, de Michelangelo: uma estátua da Virgem Maria segurando Jesus Cristo morto em seus braços. “Não é uma coisa alegre, mas é muito bela”.

Identidade de Euler

Identidade de Euler

Alguns cientistas perguntam se a beleza é demasiado complexa para ser capturada em um exame de fMRI. “O conceito de beleza é uma distração da pesquisa neurocientífica contemporânea”, declara o neurocientista Bevil Conway, do Wellesley College em Wellesley, Massachusetts. “O vasto uso desse termo em estudos com fMRI mostra uma ignorância a respeito da vasta história da filosofia da beleza que deixa poucas dúvidas de que o conceito não pode ser facilmente limitado”. Conway se diz fã do trabalho de Zeki, e declara que as descobertas do estudo são interessantes. No entanto, a interação entre recompensa, tomada de decisões e reação emocional que constitui a resposta do cérebro à beleza torna o termo uma ideia muito escorregadia para ser determinada. “[Descobrir] que deve existir um aparato comum para a complexa interação de mecanismos responsáveis por apreciar a beleza é uma contribuição valiosa, mas traz poucas, se é que alguma, ideia sobre o que constitui a beleza”.

Zeki e seus colegas admitem que  a beleza não é perfeitamente definida, mas observam que seus estudos poderiam levar a uma compreensão mais profunda da ideia. “A questão que abordamos é: quais mecanismos neurais nos permitem apreciar a beleza?”, explica ele. “E o problema central que este trabalho deixa para o futuro é: por que uma equação é bela?”.

O estudo descobriu, por exemplo, que a beleza de equações não é completamente subjetiva. A maioria dos matemáticos concordou sobre quais equações eram belas e quais eram feias. A identidade de Euler, 1+e=0, foi consistentemente avaliada como a equação mais atraente de todas. “Aqui temos três números fundamentais: e, pi e i”, explica Adams, “todos definidos de maneira independente e todos fundamentalmente importantes à sua própria maneira, e de repente temos uma relação entre eles expressa nessa equação que tem apenas sete símbolos nela? É estarrecedor”.

Série infinita de Srinivasa Ramanujan

Série infinita de Srinivasa Ramanujan

Por outro lado, matemáticos consistentemente avaliaram a série infinita de Srinivasa Ramanujan para 1/π como a mais feia.

“Ela não canta”, declara Adams. “Eu olho para ela, e não aprendo nada novo sobre pi. E esses números, 26.390? 9.801? Você poderia colocar outros números ali, e eu não saberia a diferença”.

Fonte: Scientific American Brasil

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About profsp

Sou Professor, Escritor e Poeta. Estudo Música e faço algum barulho com minha guitarra, a Clementina. Já publiquei quatro livros de poesias. Pretendo lançar mais, pois já tenho mais poesias prontas. Algumas delas estão publicadas aqui no Bloginforma. Criei recentemente (jul/2019) um perfil no Twitter: @EltonCa20982408

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