Alcatraz – A fuga impossível?

A misteriosa fuga de Alcatraz

Por Marco Lacerda*
50 anos depois da escapada espetacular, a família dos criminosos John e Clarence Anglin (foto) ainda acredita que eles fugiram para o Brasil

 

1/9
Alcatraz, o presídio na baía de San Francisco que já hospedou gângsteres como Al Capone (Arquivo)

Para o FBI, uma das provas mais contundentes de que os irmãos John e Clarence Anglin conseguiram escapar com vida e não morreram afogados nas águas geladas que contornam a prisão de Alcatraz foi o fato de que a mãe dos fugitivos recebeu todos os anos, até a sua morte, um buquê de flores, sem remetente, pelo seu aniversário. A outra prova são os indícios de que os dois filhos compareceram ao enterro da mãe, vestidos de mulher, apesar do forte aparato policial que cercou o funeral na esperança de prendê-los.

Na noite de 11 de junho de 1962, quatro presos organizaram sua fuga da Rocha, como era conhecida desde a sua abertura, em 1933, a intransponível prisão federal situada numa ilha rochosa na baía de São Francisco e fechada em 1963.

Alcatraz era considerada uma prisão de segurança máxima devido a sua localização geográfica e abrigou uma legião de indivíduos considerados irrecuperáveis pela sociedade e gângsteres famosos como Al Capone.

Depois de meses de planejamento e de escavar túneis com colheres, apenas três dos quatro prisioneiros em fuga alcançaram um dos ventiladores localizado no telhado: os irmãos Anglin e Frank Morris, este último, acreditam as autoridades policiais, o cérebro do plano. Todos eram condenados por assaltos a bancos. O quarto presidiário, Allen West, permaneceu em sua cela sem que jamais se conhecessem os motivos que o impediram de escapar. Talvez o pânico ou problemas logísticos para chegar até o telhado do cárcere. As informações obtidas pelo FBI através de West foram cruciais para que viesse à luz o bem tramado plano dos bandidos.

Meio século de caçada

Ao longo da história de Alcatraz ocorreram 14 tentativas de fuga, envolvendo 36 detidos, mas somente o trio de 1962 continua até hoje, 50 anos depois, com paradeiros desconhecido. 23 réus foram presos novamente, seis morreram em tiroteios durante a escapada e quatro desapareceram afogados nas águas da baía.

Quando na manhã de 12 de junho de 1962 os policiais fizeram a recontagem rotineira dos presos, perceberam que sobre as camas dos três homens repousavam cabeças fabricadas com papel e perucas feitas com cabelos roubados da barbearia do cárcere, dando a impressão de que os criminosos continuavam dormindo.

Se ainda estiver vivo, John Anglin tem hoje 82 anos, Clarence, 81 e Frank Morris, 85. “Continuamos trabalhando baseados na suposição de que eles escaparam”, declarou recentemente Michael Dyke, do FBI, à agência Associated Press por motivo 50º aniversário da fuga que abalou o país e repercutiu em todo o mundo. “Enquanto os fugitivos não forem presos, dados por mortos ou se entregarem espontaneamente, a investigação permanecerá aberta até que se cumpram 99 anos, quando expiram as ordens de busca e captura”, explicou Dyke.

Historiadores e parte das autoridades da época acreditam que o trio pereceu nas águas da baía de San Francisco, apesar das evidências de que eles usaram uma balsa da época II Guerra Mundial na fuga. Nenhum corpo jamais foi encontrado. Além disso, as estatísticas dizem que dois de cada três corpos afogados naquelas águas acabam vindo à tona, o que reforça a tese de que pelo menos um dos prisioneiros conseguiu chegar a terra firme, são e salvo. A família dos irmãos Anglin acredita que John e Clarence conseguiram fugir para o Brasil e passaram o resto da vida na América do Sul.

“Um tour por Alcatraz. Veja o vídeo:

*Marco Lacerda é jornalista, escritor e Editor Especial do DomTotal

Fonte:Dom Total

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.