Em 1967, o ex-governador do antigo Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, um dos principais adversários do presidente deposto João Goulart, deu entrevista no programa de TV norte-americano Firing Line, apresentado pelo jornalista William F. Buckley Jr. Em determinado momento da entrevista, um homem que estava sentado na plateia pergunta se houve interferência do governo norte-americano na “revolução” de 1964. O espectador conta no vídeo que estava em um contratorpedeiro americano nos dias do levante militar que seguia em direção ao Brasil, mas retornou quando o êxito do golpe foi anunciado. Lacerda negou a participação dos Estados Unidos, citando um estudo feito por um professor dos Estados Unidos sobre o assunto. O caso seria desmentido nove anos depois da entrevista, quando os detalhes da Operação Brother Sam foram divulgados em reportagem feita por Marcos Sá Correa para o Jornal do Brasil. O vídeo está disponível no Youtube e consta no acervo “Arquivos da Ditadura”, que concentra documentos do período da ditadura militar. Um telegrama enviado em 30 de março de 1964 pelo consulado norte-americano em São Paulo a Washington, sede do governo dos EUA, previa a derrubada do presidente João Goulart pelos militares em até 48 horas, fato que veio a se confirmar. “Duas fontes ativas do movimento contra Goulart dizem que o golpe contra o governo do Brasil deverá vir nas próximas 48 horas”, informava o texto. O documento faz parte do acervo “Arquivos da Ditadura”, que concentra documentos do período da ditadura militar.
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil Lincoln Gordon enviou um telegrama em agosto de 1963 ao secretário de Estado norte-americano alertando o governo sobre a radicalização das medidas de João Goulart. “Se Deus realmente é brasileiro, Goulart terá uma recaída do problema cardíaco que sofreu em 1962”, diz o texto. O documento faz parte do acervo “Arquivos da Ditadura”, que concentra documentos do período da ditadura militar.
Algumas publicações estrangeiras, frutos de mobilização internacional, abordavam os casos de torturas e outras atrocidades cometidas durante a ditadura militar no Brasil. Na foto, exemplares produzidos no Chile, nos Estados Unidos e na Itália. Eles fazem parte do acervo “Arquivos da Ditadura”, que concentra documentos do período da ditadura militar.
Fonte: Uol Notícias