Divinos e Verdugos
Houve um tempo, no qual o futebol era apenas futebol.
Houve um tempo, no qual apesar das deficiências diversas,o talento e a técnica prevaleciam.
Um tempo de bravos.
Um tempo de deuses: Divinos e Verdugos.
(Luiz Carlos S. Almeida)
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Ademir da Guia (Rio de Janeiro, 3 de abril de 1942) é um ex-futebolista brasileiro, considerado pela torcida e pela imprensa o maior ídolo da história do Palmeiras , no qual foi titular absoluto por mais de dezesseis anos, durante a época da chamada “Academia”, onde era a figura central . É também classificado pela crítica especializada como um dos melhores jogadores do futebol brasileiro de todos os tempos . Pela classe com que jogava, herdou parte do apelido de seu pai, Domingos da Guia, o “Divino Mestre”, e passou a ser chamado de “Divino”.
Também é tido como um dos craques mais injustiçados da história do futebol brasileiro, pois durante toda a sua longa carreira, foi convocado apenas 14 vezes para a Seleção, e disputou apenas uma partida em Copas do Mundo, a de 1974, quando o Brasil já estava desclassificado, na disputa pelo 3º lugar contra a Polônia.
Anos depois de ter encerrado a carreira como desportista, Ademir da Guia foi vereador da cidade São Paulo em 2004. Foi inicialmente eleito pelo PC do B e migrou posteriormente para o PL, atual Partido da República -PR.
Ademir da Guia é filho do zagueiro brasileiro Domingos da Guia. Alto e esguio, Ademir chegou a atuar como centroavante no início da carreira, mas sempre preferiu o meio-de-campo.
Chegou a São Paulo em 1961 vindo do Bangu-RJ, clube que o revelou para o futebol, assim como a seu pai e a seu tio, Ladislau da Guia (até hoje maior artilheiro da história do Bangu, com 215 gols), para jogar no Palmeiras onde permaneceu até encerrar a carreira em 1977.
Formou o célebre meio de campo Dudu & Ademir, teve a biografia publicada em 2001. Em 2006, foi lançado um documentário sobre a sua carreira, intitulado “Um craque chamado Divino”.
Pelo Palmeiras foi cinco vezes campeão Brasileiro, cinco vezes campeão Paulista e tem a impressionante marca de 901 jogos disputados, 153 gols marcados e dezenas de títulos conquistados, entre campeonatos oficiais e torneios amistosos nacionais e internacionais.
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Pedro Virgilio Rocha Franchetti, mais conhecido apenas como Pedro Rocha (Salto, 3 de dezembro de 1942 — São Paulo, 2 de dezembro de 2013), foi um treinador de futebol e futebolista nascido no Uruguai e naturalizado brasileiro.
Pedro estreou como jogador profissional pelo Peñarol em 1959. Como meia ponta-de-lança, ele foi o principal jogador da fase mais gloriosa da história do clube uruguaio, o qual se firmou como um dos mais famosos e respeitados no mundo. pelo Peñarol, Pedro foi campeão uruguaio sete vezes (1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967 e 1968), tri campeão da Copa Libertadores em 1960, 1961 e 1966, e bicampeão mundial interclubes em 1961 e 1966.
Foi o único jogador uruguaio a disputar quatro Copas do Mundo (1962, 1966, 1970 e 1974). Em 1970, La Celeste Olímpica chegou a ser semifinalista do mundial, mas jogou desfalcado de seu grande jogador, Rocha, que contundido não jogou na eliminação uruguaia diante da Seleção Brasileira de Futebol.
Em 15 de setembro de 1970 Pedro transferiu-se para o São Paulo, alguns dias depois de o Tricolor do Morumbi ser campeão paulista e pôr fim ao maior jejum de títulos de toda a sua história. Na época, o São Paulo acabara de concluir a construção do Estádio do Morumbi e objetivando por termo ao jejum e voltar a conquistar grandes títulos passou a se focar no elenco de atletas, contratando várias estrelas como Gérson, Pablo Forlán, Toninho Guerreiro e o próprio Pedro, que, aqui no Brasil, passou a ser conhecido como Pedro Rocha. Ficou conhecido como Verdugo , isto é, “carrasco”, já que com sua enorme habilidade castigava sem piedade seus adversários. Apesar de um começo um pouco difícil por questões de adaptação a um novo clube e país, além de uma suposta perseguição por parte de Gérson, logo Pedro Rocha passou a mostrar todo seu futebol no clube, conquistando os Campeonatos Paulistas de 1971 e 1975, levando o clube ainda a suas primeiras finais nacionais, sendo vice campeão brasileiro em 1971 e 1973.
Nos anos seguintes, conforme os outros ídolos foram se aposentando, Rocha foi se firmando como o maior craque e ídolo do time. O meia uruguaio foi o primeiro jogador estrangeiro a ser artilheiro no Brasil, sendo goleador do campeonato brasileiro em 1972 pelo São Paulo com 17 gols dividindo a artilharia com Dario, do Atlético Mineiro. Em seu auge pelo Tricolor do Morumbi, Rocha levou o clube à sua primeira participação na Copa Libertadores em 1972, alcançando a semifinal, e , por fim, levando-o à sua primeira final continental da Libertadores em 1974. Rocha foi decisivo e fez gol no primeiro jogo da final, uma vitória por virada sobre o Club Atlético Independiente da Argentina. Rocha jogou contundido e sem condições as demais partidas e o São Paulo, sem seu principal jogador, acabou vice.
Pedro Rocha permaneceu no São Paulo até 1977, saindo, aos trinta e quatro anos de idade, pouco antes do início do Brasileirão 1977, em uma reformulação no elenco que acabaria por levar o time a seu primeiro título nacional. Pelo tricolor paulista, atuou 375 vezes, marcando 113 gols. Também jogou em outros clubes do futebol brasileiro, como Coritiba, (onde foi campeão paranaense), Palmeiras, Bangu e Monterrey do México, antes de encerrar a carreira, em meados da década de 1980 quando atuava pelo Al-Nassr, da Arábia Saudita.
Também é lembrado pela admiração que Pelé tinha por seu futebol. Em sua opinião, Pedro Rocha era um dos cinco melhores jogadores do mundo. Dario Pereyra, um dos maiores jogadores da história do São Paulo Futebol Clube e da Seleção uruguaia, o descreveu assim: “Foi o maior jogador uruguaio que vi jogar. Ele jogava com a cabeça levantada, cabeceava muito bem e dava passes curtos e longos com precisão”. Muricy Ramalho, que era um jogador iniciante no São Paulo enquanto Rocha já era o maior e mais experiente jogador da equipe,e que manteve uma amizade com ele até seus últimos dias, o descreveu assim: ” Ele era muito educado, um cara diferente no futebol. Caladão, não era de muita brincadeira e gostava muito de jogar sinuca. Era invencível, tinha uma precisão para defender e atacar, até parecia que estava jogando futebol. Para ficar perto dele, comecei a jogar sinuca também. Melhorei muito, mas nunca consegui vencer Pedro Rocha. Mas estava ali, perto dele. Era a prova de que estava vencendo na vida. O cara era um gênio da bola” . Pedro Rocha foi eleito pelos leitores da Revista Placar, como meia, ao lado de Raí, do “Time dos Sonhos” do São Paulo, o time com os melhores jogadores em cada posição na história do clube . Na eleição feita entre sócios e dirigentes do clube em 1998, Rocha foi eleito o segundo melhor ponta de lança da história do clube, atrás de Zizinho. Em outra, equipe com Os Melhores jogadores do São Paulo em Todos os Tempos feita pela Revista Placar na Década de 1990, Pedro Rocha foi o meia-armador escolhido.
Jogou profissionalmente entre 1959 e 1980, disputando no total 620 jogos e fazendo 213 gols por oito clubes e pela Seleção Uruguaia. Após isso trabalhou como treinador de futebol, passando por vinte clubes até 2009, quando sofreu um AVC. Como sequela, passou os últimos anos de sua vida sofrendo de atrofia do mesencéfalo, um mal que afetava os seus movimentos e a fala, o que o deprimiu muito. . Morreu em 2 de dezembro de 2013, na cidade de São Paulo, na véspera de completar 71 anos.
Fonte: Wikipédia