Explosão urbana em Paris, Los Angeles e São Paulo
Pesquisas realizadas pela Universidade de Nova Iorque publicadas recentemente na World Urban Forum mostra o crescimento de 30 cidades ao longo dos dois últimos séculos.
São Paulo, Paris e Los Angeles destacam-se pela peculiar evolução de suas malhas urbanas. Pode-se perceber que o principal aumento da área urbanizada ocorreu especialmente a partir da segunda metade do século XX,e, a utilização do carro como meio de transporte seguiu o mesmo percurso.
Em Paris, a expansão começa nos anos 1850. Foram construídas largas avenidas propostas pelo prefeito Haussman, que impulsionaram a Economia. O modelo de urbanização foi seguido ao redor do mundo.
Los Angeles, cresce muito após a Segunda Guerra Mundial. Posteriormente, nos anos 1970, expande-se novamente.
Por sua vez, São Paulo cresce lentamente até os anos 1930. Higienópolis, Campos Elíseos, Brás, Mooca e Barra Fundo, próximas ao centro, expandiram-se. Entretanto, a partir dos anos 1950, a expansão avança para a periferia. Trânsito intenso e desigualdade urbana são suas marcas fortes.
Entre 1940e 1950, a população paulistana cresceu de 1,3 milhões para 2,35 milhões de pessoas. Crescimento causado pela chegada de migrantes atraídos pela oferta de empregos nas indústrias.
Concomitantemente, passou a ser implantado na cidade o Plano de Avenidas. Novas vias auxiliaram na valorização dos imóveis. Os aluguéis permaneciam congelados.
Passou-se a construir mais prédios comerciais e apartamentos para a classe média. Uma grande crise habitacional instalou-se, pois moradias populares foram abandonadas.
O governo resolveu o problema financiando terrenos em áreas periféricas e baratas para que as pessoas construíssem suas próprias moradias.
Vias radiais arquitetadas no Plano de Avenidas faziam a cidade expandir-se para as margens. Ônibus levariam os trabalhadores ao trabalho sem a necessidade de bondes e eletricidade.
Apesar de proporcionar a aquisição de lotes periféricos, o governo não levou infraestrutura urbana suficiente aos novos bairros.
De 1960 a 1990, a política habitacional resumiu-se em construir conjuntos habitacionais nas periferias da cidade sem preocupação com a infraestrutura, reeditando-se o modelo anterior. A população mais pobre concentrou-se nas periferias, onde o progresso não chegava,ou chegava muito morosamente.
Atualmente, uma população equivalente à do Uruguai desloca-se da Zona Leste ao Centro expandido para trabalhar.
A solução depende do entendimento entre personagens antagônicos: moradores das periferias, o mercado imobiliário e os moradores do Centro expandido.
Fonte: Blog Seres Urbanos e Youtube