Mesmo com bons salários é difícil achar bons professores
Há dificuldade de encontrar bons professores. Isso acontece mesmo com bons salários.
Algumas escolas particulares “top” de São Paulo chegam a pagar R$ 50 a hora/aula para os professores. São exceções, claro, mas isso equivale ao salário médio, por exemplo, de um advogado.
Mesmo assim os processos seletivos dessas escolas não fecham.
A reclamação é que é difícil achar docentes com boa formação teórica que consigam ensinar o conteúdo e que estejam conectados com a realidade do aluno de hoje.
O que isso significa?
Significa que quem está na sala de aula agora é bem diferente dos alunos que nós fomos (eu, os professores e talvez você, leitor).
Hoje, o processo de aprendizado começa mais cedo, o acesso à informação vai além do livro didático e as famílias têm uma composição diferente.
Tudo mudou. A maneira como se ensina precisa ser modificada também.
CRIANÇAS RUINS
“Mas a postura que se assume é que as crianças são ruins e difíceis de ensinar”, diz Flávia Manzione, coordenadora do Prisma –um centro de formação de professor da escola Santa Maria (zona sul de São Paulo).
O próprio Prisma é uma tentativa de dar formação continuada aos docentes dentro da própria escola.
Isso porque até mesmo as boas universidades, diz Manzione, deixam a desejar na formação de professores.
UM BOM GUIA
Conversando com Manzione, eu me lembrei da entrevista que fiz com o matemático Salman Khan, criador da Khan Academy.
De acordo com Khan, o bom professor não é aquele que dá aulas sensacionais.
“Um professor incrível é o que conhece profundamente o assunto que pretende passar, mas que entende que precisa passar ao estudante ferramentas para que ele descubra o conhecimento por si só.”
Ou seja: o bom professor na verdade é um ótimo guia.
Nossos cursos de licenciatura, do modo como são pensados hoje, são capazes de formar ótimos guias conectados com a realidade dos alunos?
Fonte: Blog Abecedário