Pequeno desdobramento dos fatos atuais.

Sabemos que aproximadamente 10% da população brasileira a Alta Burguesia detêm 75% da riqueza, isto é, cinco mil famílias aproximadamente manda no país. Pouca coisa mudou desde o séc. XVIII, quando essa mesma população detinha 68%  dessa riqueza, apesar das mudanças políticas o padrão pouco se alterou.  Logo abaixo vamos ter a Classe Média Alta, Classe Média Intermediária e por fim a Classe Média, que vão ficar  com uma boa parcela dos 25% restantes. O restante, será distribuído com o resto da população. Com tamanha disparidade a Alta Burguesia, vive como se fosse uma ilha protegida pelas classes subjacentes que forma um “dique” invisível, construído por uma moral ética/estética, uma artilharia de guerra, cheia de ódio, quanto mais próximo dessa fronteira mais raivoso se torna, contra tudo e todos que possa alterar a ordem estabelecida, principalmente se os agentes políticos  pertencerem as classes fora do “dique”.

As classes que estão fora do “dique” são formadas na sua maioria pelos filhos das Malocas, das Senzalas, de Canudos, de Contestado, etc. Como podemos perceber sua formação é histórica e antiga, formando a maioria dos habitantes. Já os que estão dentro do “dique”,  os bem educados  são formados na sua maioria pelo biotipo europeu, quando não são filhos da antiga aristocracia, viviam em torno da mesma. Eles sempre quiseram e querem impor sua ética/estética como a mais elevada e a mais bela, tanto que  Jesus Cristo passou a ter olhos azuis e cabelos alourados.

Quando se pensa que a maioria viveu com mínimo da riqueza que o país produz, deparamos com o tamanho da violência que esta desigualdade causa. Os  governos chamados progressistas vêm buscando atenuar um pouco essa desigualdade de difícil solução. Que apesar da violência recebida a classe menos favorecida não revida a altura por “n” motivos, pois na sua maioria estão bem domesticadas, os poucos que não conseguiram também por “n” motivos serem domesticados,  que são muitos dado o tamanho dessa população, vão de encontro, dessa violência” recebida, formando como fossem uma Maré Revoltada. Mas na maioria das vezes explodem nas próprias assim chamadas comunidades, poucos atingem o núcleo. Como uma força nômade não cessa de bater nas muralhas deste castelo, que para resolver a situação o estado usa de toda força policial para deter a “Maré Revoltada”, busca eliminar o efeito,  mas nunca  a causa, usando de toda violência possível, como torturas, execuções, que só chegam a mídia acidentalmente.

Mas toda essa força, tanto do centro para periferia, com a sua má distribuição de renda, utilizando as piores formas de exploração que causa uma violência invisível e surda, atinge na sua  maioria como foi dito acima (os filhos das malocas/senzalas)  os pardos e negros, que há séculos vêm recebendo todo tipo de violência,  que são os componentes na sua maioria dessa classe, e por consequência formam essa maré revoltada. E ainda hoje existem os menos avisados que pensam que a cor da pele é a grande responsável na  formação de um mau caráter ou um caráter duvidoso, que o acaba  levando ao estado de violência, aquele que não respeita a ordem estabelecida, as instituições de bem, isto é, a medida que escurece a pele, vai afetando seu caráter e os levando ao caos social,  e nunca a questão política socioeconômica.

A violência da má distribuição de renda não aparece na mídia, mas sim a inversão da mesma, que é na sua maioria produto da primeira. Como resolver esta situação aberrante? Como disse em 2011 um jogador de futebol atual o muito simpático Neymar, o que gastava por mês com seu cachorro era mais que o salário da maioria dos torcedores, e um dos homens mais rico deste país na ocasião, Eike Batista disse que seu gasto numa curtição de fim de semana é mais que o salário mensal desse jogador.

Para uma mudança significativa é necessário uma reforma política, tributária, etc. profunda. Mas quem pode fazer? Mesmo os partidos chamados de esquerda não conseguem fazer grandes coisas, quando muito, apenas pequenas reformas sem alterar muito a superfície, mesmo assim a oligarquia vem a público com todos seus  meios de comunicação, dos quais são proprietários  e com as classes sociais que compõem o “dique”, principalmente os soldados que estão mais próximos da linha divisória,  para reforçar sua proteção dessa pequena população (os 10%) de qualquer mudança  da situação existente, fazendo um cinturão de defesa, “estamos cansados de pagar as contas!”, para isso utiliza todas as formas de combates, partindo de panfletagens violentas das piores espécies, como de pré- conceitos dos mais baixos até os mais sofisticados, apesar de todas as informações em mãos atuais e históricas possíveis, conseguem ir muito longe, por uma questão muito simples e importante, tem todos os meios matérias ao seu dispor para mascarar a realidade, e atacar com toda eficiência o opositor intruso.

Jadir Pereira de Menezes

1 comentário em “Pequeno desdobramento dos fatos atuais.

  1. profsp

    Concordo com o exposto. Creio que ainda há muito o que se fazer para diminuir a distância entre as classes. Serão necessárias muitas décadas ou até séculos para se alcançar este objetivo. Creio que o mais doloroso seja ver pessoas das camadas menos favorecidas apoiarem sem argumentos plausíveis os candidatos que representam retrocesso.É muito triste ver os votos das classes baixas irem para o PSDB, que praticou uma política neoliberal durante seu governo federal. Chega a ser masoquismo votar em um candidato do PSDB de São Paulo que exterminou a Educação, que não administrou os recursos hídricos de forma conveniente e que investiu em contratos fraudulentos no Metrô, causando enormes prejuízos para os cidadãos paulistas. Talvez os eleitores não tenham conhecimento sobre estas ações e tenham votado no mesmo por comodismo.

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