“Quando estava aprendendo a tocar guitarra, era obcecado por esse disco”, disse Trey Anastasio, do Phish, em 2005, sobre a coleção de solos intrincados presentes em Shut Up ’n Play Yer Guitar, de Frank Zappa, de 1981. “Cada limite possível na guitarra foi explorado por ele de forma pioneira”, diz.
Como o líder de suas bandas, incluindo formações lendárias do Mothers of Invention, Zappa fundiu doo-wop, blues urbano, jazz de big bands e modernismo orquestral.
Como guitarrista, bebia de todas essas fontes e improvisava com um deleite furioso e genuíno. Seus solos em “Willie the Pimp”, em Hot Rats, de 1969, são uma festa de estúdio com muita distorção, wah-wah e percursos de blues. Nos shows, Zappa “zanzava, fazendo suas coisas, conduzindo”, lembrou Anastasio, mas, quando pegava a guitarra para um solo, “estava em comunhão completa com seu instrumento… aquilo se tornava música da alma”.
Como executivo de gravadora e produtor nos anos 60, Chet Atkins inventou o “som de Nashville” que resgatou a música country de uma má fase comercial. Como guitarrista, foi ainda mais criativo, dominando country, jazz e estilos clássicos e aperfeiçoando a capacidade de tocar acordes e melodia simultaneamente, graças a seu estilo característico de tocar com o polegar e três dedos. “Muito disso foi tentativa e erro”, ele contou à Rolling Stone em 1976. “Eu tinha uma guitarra nas mãos 16 horas por dia e experimentava o tempo todo.” Atkins podia ser tranquilo e contido (basta ouvir “Your Cheatin’ Heart”, de Hank Williams, “Heartbreak Hotel”, de Elvis Presley, e vários dos primeiros sucessos dos Everly Brothers), mas seus próprios álbuns solo altamente instrumentais são um saco infinito de truques de guitarra, misturando harmônicos, arpejos e notas puras com um timbre brilhantemente límpido.
Fontes: Rolling Stone e Youtube