Para muitos, Les Paul é mais conhecido como o gênio que inventou a guitarra de corpo sólido que leva seu nome.
Mas ele era igualmente criativo e inovador como músico. Uma longa sequência de sucessos nos anos 40 e 50 (sozinho e com a esposa, a cantora e guitarrista Mary Ford) estabeleceu seu estilo característico e influente: improvisações elegantes, limpas e rápidas sobre músicas pop do momento.
Paul criou uma série constante de inovações técnicas, incluindo sobreposições de sons em estúdio em várias camadas e reprodução de fita em diferentes velocidades para atingir sons que ninguém havia criado – ouça o solo que parece um enxame de insetos em sua gravação de “Lover”, de 1948. Pouco antes de sua morte em 2009, aos 94 anos, ele ainda fazia shows semanais em um clube de jazz em Nova York, recheados de metaleiros na plateia.
Se um dia eu der uma aula a jovens guitarristas, a primeira coisa que tocaria para eles é o primeiro minuto do solo de “Down by the River”, de Neil Young. É apenas uma nota, mas é tão melódica, e está cheia de atitude e raiva. É como se ele quisesse desesperadamente se conectar. O estilo de Neil é como um tubo aberto de seu coração direto para o público.
Nos anos 90, tocamos em um festival com o Crazy Horse. No final de “Like a Hurricane”, Neil entrou neste solo de feedback que era mais como uma pintura impressionista sônica. Ele estava a cerca de 1,8 m de distância do micro- fone, cantando para que você só pudesse ouvi-lo sobre as ondas coloridas do som do furacão.
Penso muito nesse momento quando estou tocando. Conceitos tradicionais de ritmo e tons são ótimos, mas a música é como um oceano gigante. É um lugar grande e furioso e há muitos rincões ainda não explorados. Neil ainda está abrindo caminho para pessoas mais jovens do que ele, lembrando que é possível inovar artisticamente
Fontes: Rolling Stone e Youtube