Como produtor e compositor, o guitarrista do Pink Floyd é atraído por texturas flutuantes e sonhadoras. Mas quando pega sua Stratocaster preta para tocar um solo, uma sensibilidade diferente toma conta. David Gilmour era um solista incendiário, baseado no blues, mas em uma banda que praticamente nunca tocava esse estilo – seus solos extensos, elegantes e melódicos eram uma chamada para despertar tão intensa quanto aqueles alarmes barulhentos em The Dark Side of the Moon. Só que Gilmour também era adepto de improvisações vanguardistas; ao mesmo tempo, podia ser um guitarrista rítmico com um funk inesperado, do riff elegante de “Have a Cigar” aos floreios ao estilo do grupo Chic de “Another Brick in the Wall Part 2”. Seu uso pioneiro do eco e outros efeitos –inspirado pelo guitarrista original do Floyd, Syd Barrett – culminou com seu preciso uso do delay em “Run Like Hell”, que antecipou o som característico de The Edge.
Quando Jon Landau, da Rolling Stone EUA, perguntou a Albert King em 1968 sobre suas influências na guitarra, King respondeu: “Ninguém. Tudo o que faço é errado”. Pioneiro do blues elétrico, o canhoto King tocava uma Gibson Flying V de 1959 ao contrário, com as cordas graves voltadas anormalmente para o chão. Ele usava uma afinação secreta indecifrável, tocando as notas com o polegar. Com 1,93 m de altura e 136 kg, King conseguia fazer bends com mais potência do que qualquer outro guitarrista.
Eric Clapton tirou o solo de “Strange Brew” de King, e Duane Allman transformou a melodia de “As the Years Go Passing By” no riff principal de “Layla”. Jimi Hendrix ficou embasbacado quando seu herói abriu para ele no Fillmore em 1967. “Ensinei [a Hendrix] uma lição sobre o blues”, disse King. “Eu poderia ter tocado as músicas dele, mas ele não conseguiria tocar as minhas”.
Fontes: Rolling Stone e Youtube
David Gilmour