Ele surge, normalmente, entre 17h e 19h30 e pode atingir seu ápice às seis, quando os últimos raios de sol pintaram o céu com um tom de rosa.
O sentimento de domingo à noite é normalmente associado ao trabalho e à ideia de voltar para o escritório depois de um intervalo agradável. Mas isso não contempla a complexidade do que está acontecendo: não é só que nós temos um tipo de trabalho que está piorando nosso humor, é que estamos voltando para o tipo errado de trabalho, ainda que não saibamos qual pode ser de fato o tipo certo.
Todos temos dentro de nós o que podemos chamar de verdadeiro eu profissional, um conjunto de inclinações e capacidades que anseiam por se exercitar no material cru da realidade. Nós queremos transformar as principais partes de quem somos em trabalhos e garantir que nos possamos ver refletidos nos serviços e produtos que estamos envolvidos em entregar. É isso que entendemos por “trabalho certo”, e a necessidade de ter um é tão fundamental e forte em nós quanto a nossa necessidade de amor. Nós podemos estar tão tristes por um fracasso em encontrar nosso destino profissional quanto pela falta de um companheiro. Sentir que estamos no trabalho errado e que nossa verdadeira vocação permanece não descoberta não é uma espécie menor de desconforto: isso pode ser uma crise existencial central nas nossas vidas.