The Cure

The Cure

É uma banda britânica de rock formada em 1976 em Crawley, Inglaterra. Robert Smith é o líder da banda e único elemento constante desde a sua formação, além de se manter responsável sozinho por sua direção musical, sendo produtor, cantor, compositor e multi-instrumentista.

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Aclamados no final dos anos 1980 e princípio da década seguinte, com diversos álbuns que alcançaram grande exposição e popularidade, passaram a ser negligenciados pela imprensa na segunda metade dos anos 1990, mas com a chegada do novo século a banda foi reconhecida mundialmente como uma das mais influentes do rock alternativo moderno. Várias canções dos The Cure tornaram-se sucesso nas rádios, tais como “Just Like Heaven”, “Close To Me”, ou “Friday I’m in Love”, com indicações e ganhos em prêmios, e o grupo havia vendido até 2004 mais de 30 milhões de cópias no mundo todo, com 1.1 milhão de vendas certificadas somente no Reino Unido, sendo uma das bandas alternativas de maior sucesso da história. Em Outubro de 2008 a revista britânica NME anuncia a atribuição do prêmio ‘Godlike Genius’ à banda, em forma de reconhecimento pela contribuição para a música alternativa e pela sua extraordinária carreira.

Formação e Three Imaginary Boys (1973–1979)

A primeira formação do que viria a se tornar os The Cure se chamava The Obelisk e era composta por estudantes da Notre Dame Middle School de Crawley, Sussex. O grupo fez seu debute público em Abril de 1973 e contava com Robert Smith no piano, Michael Dempsey e Marc Ceccagno na guitarra, Laurence “Lol” Tolhurst na percusssão e Alan Hill no baixo. Em Janeiro de 1976, após deixar os Obelisk, Marc Ceccagno forma os Malice com Robert Smith, agora também na guitarra, e Michael Dempsey, que passou a baixista, juntamente com outros dois companheiros de turma da St. Wilfrid’s Catholic Comprehensive School. Ceccagno abandonou pouco depois o projecto para formar uma banda de Jazz-rock fusion chamada Amulet. Pouco tempo depois, Lol Tolhurst, dos Obelisk, e Porl Thompson, já bastante conhecido na região pelas suas aptidões, entram para os Malice na bateria e guitarra solo, respectivamente. Após várias tentativas para conseguirem um novo vocalista, Peter O’Toole assumiu a posição. Neste período faziam releituras de David Bowie, Alex Harvey, Jimi Hendrix, entre outros e começaram também a escrever o seu próprio material.

Em Janeiro de 1977, após alguns concertos pouco satisfatórios e por estarem crescentemente a serem influenciados pelo surgimento do punk rock, os Malice passaram a ser conhecidos como Easy Cure, nome retirado de uma canção de Lol Tulhurst. No mesmo ano, ganharam um concurso de talentos promovido pelo selo alemão Hansa Records e receberam um contrato de gravação. Apesar da banda ter gravado faixas para a editora, nenhuma foi lançada. Em Setembro do mesmo ano, Peter O’Toole abandonou o grupo e Smith assumiu o papel de vocalista. Seguindo desavenças em Março de 1978 sobre a direcção que a banda deveria tomar — tendo o grupo rapidamente percebido que ganharam o concurso não pelo seu valor, mas pela sua imagem o contrato com a Hansa foi desfeito. Smith mais tarde lembrou “Nós éramos muito jovens. Eles simplesmente pensaram que nos podiam transformar num grupo adolescente. Na verdade eles queriam que nós fizéssemos releituras e nós sempre recusávamos”.(…)

Após a gravação deste primeiro álbum, Robert inicia pouco depois a gravação do período mais “negro” dos The Cure; a trilogia, Seventeen Seconds, Faith e Pornography. Este período é considerado por uma parte considerável de fãs como a melhor fase da banda, na qual foram produzidas canções como “A Forest”, “Play For Today”, “Primary”, “All Cats Are Grey”, “Faith”, “Charlotte Sometimes”, “One Hundred Years”, “The Figurehead” ou “A Strange Day”. À ilusão do Seventeen Seconds, segue-se a letargia do desespero em Faith. Todo esse desespero e emoções contidas transformam-se em raiva, ódio e num desespero ainda mais exacerbado em Pornography, tornando este álbum um marco para a música alternativa.

Robert Smith, que estava insatisfeito por não ter o controlo sobre certos aspectos, nesta altura passou a tomar as rédeas de todo o processo criativo e co-produziu Seventeen Seconds juntamente com Mike Hedges. A Forest foi o primeiro single dos Cure a entrar no top de singles do Reino Unido, e foi a primeira música que se pôde ouvir deste novo período. Bastante diferente do que tinha sido feito anteriormente, é no entanto, a essência deste novo período e mesmo de toda a carreira.

Após a tournée de 1980, Matthieu Hartley deixa a banda. Hartley afirmou, “apercebi-me que a banda estava a ir numa direção suicida, música sombria — do tipo que não me interessava de maneira nenhuma”.

Em 1981, satisfeitos com o ambiente reproduzido por Mike Hedges, gravam novamente com este produtor, desta vez o álbum Faith, que consegue levar mais adiante o ambiente depressivo presente no álbum anterior.

Na Picture Tour de 1981 os concertos assemelhavam-se a cerimônias religiosas, com uma atmosfera altamente depressiva ao ponto da audiência não aguentar e provocar graves tumultos. Nesta turnê, antes dos concertos, em vez de uma banda de suporte, apresentavam o filme Carnage Visors de Ric Gallup (irmão de Simon Gallup), um filme animado que criava a atmosfera pretendida para o início do concerto. Robert Smith vivia tão absorvido neste ambiente depressivo, que em certas ocasiões chegava a terminar os concertos em lágrimas; já para o fim da tournée recusava-se a tocar músicas do primeiro álbum.

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Em 1982 editam um dos álbuns mais importantes da banda, Pornography, que é o pico deste período mais sombrio da banda. Este é um dos álbuns que alguns críticos musicais indicam como paradigmáticos do rock gótico, demonstrando uma sonoridade típica do pós-punk, mas muito mais obscura. Um álbum gravado no limite da lucidez já muito perto da insanidade, provocada por vários excessos, sendo o mais evidente o consumo desmesurado de todo o tipo de drogas. Este comportamento por parte de todos os membros da banda, torna-os demasiado frios e distantes e iria criar problemas entre eles em pouco tempo. Este álbum inicia com a linha, “It doesn’t matter if we all die” (“Não interessa se todos morrermos”), que define exatamente o pensamento da banda nesta altura. O desespero e o ódio presente no álbum pode ser abreviado pela concisão dessas primeiras palavras que ouvimos neste álbum. Apesar das preocupações legítimas quanto a este álbum não ter um som comercial, é o primeiro álbum da banda a atingir o top 10 no top do Reino Unido, atingindo o oitavo posto.

Nesta altura começam também a alterar a sua postura de não-imagem e encetam uma mudança no seu visual na digressão do álbum Pornography. Pintam os olhos com batom (que com o suor dava uma sensação de estarem a sangrar dos olhos) e começam a deixar crescer o cabelo duma forma desgrenhada.

thecure3Vivia-se um ambiente de “cortar à faca” dentro da banda e os concertos eram feitos quase sem qualquer diálogo entre os membros. Este período, que levou os membros da banda ao limite das suas capacidades físicas e psíquicas, culminou em cenas de pancadaria entre Simon Gallup e Robert Smith em plena tournée de 1982. Os The Cure como eram conhecidos até então tinham acabado. No fim da tournée a banda tinha acabado, apesar de oficialmente, o fim nunca ter sido confirmado. Simon Gallup estava fora da banda.

Em 1983, Robert Smith fazia também parte integrante da banda Siouxsie And The Banshees e é neste período com esta banda que Robert adota a sua imagem de marca, inspirada na Siouxsie Sioux; lábios borrados de batom, olhos pintados e o cabelo levantado de uma forma despenteada. Fez tanto sucesso que a sua imagem tornou-se um ícone.

O Robert nesta altura sentia-se perfeitamente confortável em ser somente guitarrista ao contrário do papel que tinha que desempenhar nos Cure, daí que temendo perder Robert Smith definitivamente para os Banshees, Chris Parry (dono da Fiction Records) incita-o a gravar algo diferente e mais comercial.

Antevendo um descontentamento e desilusão dos fãs, o Robert sugere gravar com um nome diferente que não The Cure, mas Chris Parry consegue convencê-lo dos benefícios. Por outro lado, Robert nesta altura estava com intenções de terminar com os Cure ou no mínimo, com todo o misticismo à sua volta, daí que não foi muito difícil convence-lo a gravar algo completamente antagônico ao que os Cure representavam até esta altura. Assim ainda no fim de 1982, surge o single Let’s Go To Bed e mais tarde já em 1983, The Walk (#12/UK) e The Lovecats (#7/UK). Como Lol Tolhurst já não conseguia evoluir mais na bateria, passou para os teclados. Andy Anderson, seria o baterista nestas gravações e futuramente seria o novo baterista da banda enquanto que o produtor e baixista, Phil Thornalley seria o novo baixista.

Nesta altura, numa altura de indefinição quanto ao futuro dos Cure, Robert Smith inicia um projeto paralelo com o baixista dos Banshees, Steve Severin de nome The Glove. Apenas editam um álbum que foi bastante marcante para os dois, Blue Sunshine. Andy Anderson seria o baterista dos The Glove.

Em 1984 os The Cure editam The Top, já com Porl Thompson, que já tinha estado ligado aos Easy Cure. Este é um álbum na globalidade psicodélico, também influenciado pela passagem do Robert pelos Banshees e também pela digressão que estes fizeram por Israel. É bastante diferente de tudo já alguma vez feito e deveras estranho, mas que com o tempo se torna cada vez mais apelativo e cativante. Um álbum que de tão estranho, foi recebido friamente e em parte Robert concorda com as críticas pois segundo ele, na altura, os The Cure eram ele e umas quantas pessoas e não verdadeiramente uma banda, de maneira que álbum foi quase completamente feito por ele. Robert Smith tocou neste álbum todos os instrumentos, com a exceção da bateria e saxofone. The Caterpillar (#14/UK) é o único single deste álbum. Da tour de 1984 seria editado um vídeo gravado no Japão denominado de Live In Japan.

Em 2004 lançam um novo álbum com o simples título de The Cure, gravado pela Geffen Records e produzido por Ross Robinson. Aclamado pela imprensa internacional e pelos fãs e segundo alguma imprensa, o melhor álbum desde o Disintegration. A MTV promove uma homenagem aos The Cure, MTV Icon, com a presença de bandas que nos apresentam covers da banda ou de alguns músicos em representação das suas bandas que falam acerca do quão importantes foram os The Cure para as suas bandas e para eles próprios. Estiveram presentes: Razorlight, AFI, Red Hot Chili Peppers, Audioslave, Air, Good Charlotte, The Rapture, The Killers, Marilyn Manson, Metallica, Interpol, Deftones, Blink-182, Placebo, etc.

(…)

A música dos The Cure tem sido categorizada como rock gótico , subgénero do rock alternativo, como uma das principais bandas, no entanto, Robert Smith disse em 2006 que “é patético quando o ‘gótico’ ainda se cola ao nome The Cure”, considerando o sub-género “incrivelmente estúpido e monótono. Verdadeiramente lastimoso”. Ainda assim, Smith afirma que “não somos categorizáveis. Suponho que fossemos pós-punk quando aparecemos, mas na totalidade é impossível. Eu só toco ‘música Cure’, seja lá o que isso for.”

Ainda sobre este mesmo tema, Robert Smith, uma vez mais questionado sobre o assunto, em 2008, para a NME, respondeu:

“Quando fizemos o álbum Faith em 1981, o gótico ainda não tinha sido inventado, nós éramos uma “raincoat band”. Estávamos a inventar o gótico com esse álbum e o Pornography. Mas nós não o éramos, estávamos apenas a tocar música emocional. Eu sentia-me um bocado desesperado na altura, a banda no seu todo era um bocado desesperante, pensávamos que ia acabar com o Pornography.”

Apesar de serem vistos como produtores de música obscura e sombria, os Cure também obtiveram sucesso com algumas músicas alegres. A Spin Magazine, escreveu que “Os Cure sempre foram uma banda do tipo: ou Robert Smith está a afincadamente dedicado numa tristeza gótica ou está a lamber um pegajoso algodão-doce dos seus dedos manchados de batom”.

O estilo musical primário dos Cure tem sido listado como “linhas de baixo melódicas e dominantes; vozes lamuriosas e sufocantes; e uma obsessão lírica com o existencial, quase um desespero literário”. A maior parte das músicas dos Cure começam com as partes de baixo e de bateria de Smith e Gallup. Ambos gravam demos em casa e depois em estúdio para aperfeiçoarem suas ideias. Smith afirmou em 1992, “Eu penso que quando as pessoas falam comigo acerca do som dos Cure, referem-se ao baixo de 6 cordas, guitarra acústica, e à minha voz, mais o som de cordas do Solina”. Por cima desta base é acrescentado “grandes camadas de guitarras e sintetizadores” Os teclados sempre foram um componente no som da banda desde o Seventeen Seconds, e a sua importância aumentou com o uso proeminente no Disintegration.

Fontes: Wikipedia e Youtube

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